domingo, 31 de agosto de 2014


SOCIOLOGIA 

Indivíduo e sociedade 

Família


A família assume formas e funções diferentes conforme o tempo e o espaço em que se situa.
A família tem sido objeto de diferentes abordagens sociológicas, entre as quais a institucional, a estrutural-funcionalista, a marxista e a interacionista.
A abordagem institucional encara a família como a instituição base de toda a sociedade e estuda-a nas funções que desempenha face às outras instituições sociais, políticas, econômicas e educativas dessa sociedade. Esta foi a perspectiva que dominou a sociologia clássica do século XIX e início do século XX. Está hoje ultrapassada após as críticas que lhe foram dirigidas de enfatizar os aspetos estáticos e assumir arbitrariamente um modelo familiar nuclear como universal.
A abordagem estrutural-funcionalista acentua, ao contrário da anterior, que a família não deve ser encarada como uma “micro sociedade" que incorpora em si as principais funções sociais. Ela corresponde antes a um subsistema social com funções especializadas que são a resposta a um conjunto de expectativas socialmente condicionadas. Essas funções especializadas seriam basicamente a socialização primária dos filhos e a estabilização psicológica do adulto, indispensáveis para a perpetuação da sociedade. A abordagem estrutural-funcionalista define ainda os papéis dentro da família. Este modelo defendido, entre outros, por Talcott Parsons, foi objeto de muitas críticas. Para a abordagem marxista, a família é sempre produto histórico de cada formação socioeconômica, pois as suas formas de solidariedade interna derivam dos tipos de divisão social do trabalho.
A abordagem interacionista interpreta a vida familiar a um nível micro sociológico, chamando a atenção para as complexas inter-relações que ligam os seus elementos.
Considerando-se que a vida social é algo fundamental à existência e sobrevivência dos seres humanos enquanto indivíduos, é na família que se dá início ao processo de socialização, educação e formação para o mundo. Os grupos familiares caracterizam-se por vínculos biológicos, mas sua constituição ao longo da história em todos os agrupamentos humanos não se limitou apenas ao aspecto da procriação e preservação da espécie, mas tornou-se um fenômeno social.
As famílias são consideradas grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são pautadas na subjetividade dos sentimentos entre as pessoas, fato que justifica, muitas vezes, o amor existente entre pais e filhos adotivos, logo sem relação consanguínea. Assim, os laços que unem os indivíduos em família não se sustem pela lógica da troca, da conveniência do relacionamento a partir de um cálculo racional como que em um contrato no mundo dos negócios em que cada parte vê vantagem na relação existente, constituindo um grupo formal. Ao contrário, a família é um grupo informal, no qual as pessoas estão ligadas por afeto e afinidade, e que por conta deste sentimento criam vínculos que garantem a convivência (em um mesmo local de residência, por exemplo), além da cooperação econômica. 

Religiosidade


A gênese da modernidade ocidental situa-se nas transformações sociais ocorridas no século XVIII. Os marcos históricos da modernidade – o Iluminismo, a Rev. Industrial, a Rev. Francesa – são essenciais para percebermos uma Nova Era que nascia sob o auspício da racionalidade e da reflexividade.
Com o advento da modernidade surgiu a crença no declínio da religião. Este vaticínio ocorreu não só nos diversos campos das sociedades ocidentais, mas também, e em particular, no campo acadêmico, e veio informar o próprio conhecimento sociológico emergente. De fato, no século XVIII, muitas leituras da realidade implicavam uma oposição entre a modernidade (e a multiplicidade de questões que ela constitui) e a religião.
A modernidade toma o indivíduo como o seu “ator principal”. O ser humano racional substitui, em grande medida, a centralidade precedente do “cosmos sagrado”, que era gerido por instituições religiosas responsáveis, ao longo de vários séculos, pela coesão social e cultural. A idéia de que a religião deixa de ser a única instituição a cuidar da coesão social, assim como a noção de que ela perde o monopólio da produção de sentido, torna-se comum. A realidade já não se ordena sob o dossel sagrado da religião. A religião autonomiza-se num campo social específico, e parece perder o seu ascendente sobre os diferentes níveis societais do mundo moderno, ainda que mantendo importantes níveis de influência e de intercepção com os diversos campos sociais.
Neste sentido, o termo “secularização” surge na teoria sociológica como conceito, teoria, ou paradigma a partir dos anos 60. É certo que com a modernidade surgiram as teses do declínio ou extinção da religião, mas o processo da secularização só se operacionalizou na teoria sociológica durante o decorrer da segunda metade do século XX.
Thomas Luckmann introduziu o conceito de diferenciação ou segmentação institucional. O autor considera que com a modernidade emergiram subsistemas sociais com um grau de autonomia relativo, e que, deste modo, também a religião se autonomizou numa esfera social autônoma. Uma das conseqüências da segmentação institucional será a privatização da religiosidade.
Os autores da secularização consideram que a modernidade acarreta o enfraquecimento da dimensão institucional da religião, e a sua privatização. Os ligames sociais e culturais de cariz religioso, que foram consistentes durante séculos, desgastam-se, e as instituições religiosas perdem o seu poder. Os indivíduos sentem-se livres para encontrar, de forma autônoma e refletida, o seu próprio universo de significações diante de um mundo fragmentado (um “mundo de mosaicos”). Assim, a própria multiplicidade de movimentos religiosos na atualidade, e os trajetos individuais de pessoas de diferentes grupos religiosos que se cruzam, são o reflexo desta secularização. A fragmentação religiosa e o seu “mercado aberto”, herético, e sincrético, é um espelho dessa perda de influência da religião, e sinônimo do que se chama de processo de secularização.
Para Peter Berger, a secularização reflete-se enquanto processo marcado pela emancipação das representações coletivas em relação às referências religiosas. Isto representa uma clara ruptura com a função tradicional da religião, que era precisamente a de estabelecer um conjunto integrado de definições de realidade que pudesse servir como um universo de significado comum aos membros de uma sociedade. A religião deixa de ser um “sacred canopy” (dossel sagrado) para sociedade.
Bryan Wilson desenvolve uma perspectiva evolucionista das mudanças estruturais operadas no campo religioso. Ele segue uma perspectiva inspirada em Weber. Este autor estabelece uma proximidade entre a secularização e a racionalização. As tecnologias levam à racionalização da vida em sociedade, e contribuem para o “desencantamento do mundo”. A diferenciação e a autonomização aparecem-nos como conseqüências dessa racionalização e constituem os conceitos base da secularização. Para este autor é muito importante a noção da passagem da “comunidade” para a “sociedade”, assim como as mudanças nas relações sociais implicadas nessa mesma passagem.
Deste modo, na sociedade moderna a religião tem vindo a enfraquecer e a tornar-se mais periférica. Mas também ressurge: diferenciando-se e segmentando-se; moldando-se a novos quadros de valores e modos de viver o religioso; e (sobre) vivendo à intempérie das mudanças sociais mais recentes.

Comunidade



O termo comunidade, embora já empregue por Aristóteles como expressão duma totalidade de indivíduos ligados por laços sociais, só no século XIX, devido aos processos de desagregação das comunidades tradicionais, se elabora numa conceptualização mais alargada e aprofundada de comunidade, ainda que polissêmica e suscetível de interpretações diferentes e até contrastantes. Tal como, para os pensadores iluministas e racionalistas do século XVIII (Voltaire, Diderot, Rousseau), a idéia de contrato representava um dos conceitos centrais no sentido de extirpar todas as formas de vínculos feudais,corporativos e comunais, na formação da Sociologia como ciência, no século XIX, comunidade constituiu um dos conceitos chave para a compreensão e a explicação da sociedade tradicional e da sua transição para a sociedade moderna, repercutindo-se noutras áreas do saber: Filosofia, História e sobretudo Antropologia. Um dos primeiros mentores do conceito de comunidade foi Tonnies, que estabelece pela primeira vez a distinção entre comunidade (Gemeinschaft) e sociedade (Gesellschaft), sendo uma definida em contraponto da outra. A comunidade-assente ora no território comum (casa, aldeia, região, nação), ora na partilha da mesma língua, crença, etnia, corporação eclesiástica ou profissional - representa uma entidade social de identidade e inter conhecimento, onde os atores sociais são vistos no seu todo, onde se fundem as vontades e se entrelaçam as relações sociais primárias face a face, relações estas perpassadas de laços personalizados de intimidade e emoção, bem como de regras adstritas de coerção e controlo sociais. Já, porém, a sociedade, composta por associações de diversa índole, na seqüência dos conceitos jus naturalistas dos séculos XVII e XVIII, constitui um agregado social de base racional e voluntária, cuja adesão pressuporia um ato voluntário e livre dos indivíduos e cujas relações se definiriam como fragmentárias e segmentárias impessoais e secundárias. Vários têm sido os autores que analisaram o processo da transição da comunidade para a sociedade: desde o liberalismo individualista e utilitarista (1970, Mill, John Stuart - Principles of political economy. London: Penguin Books), passando pelos evolucionistas como Spencer, até aos funcionalistas como Durkheim, que, de modo análogo, mas menos otimista, apresenta a distinção entre solidariedade mecânica, específica das sociedades tradicionais, e solidariedade orgânica, própria das sociedades modernas. Outros autores pretenderam designar com outros termos uma realidade semelhante: sociedade militar versus sociedade industrial (Spencer), sociedade de estatuto versus sociedade de contrato (Maine), ou, no campo da antropologia aplicada às sociedades camponesas, a distinção entre "sociedade parcial" como parte integrante da sociedade global envolvente (Kroeber) ou entre "pequena tradição" e "grande tradição" (Redfield). Emboraem óticas diferentes e não de modo tão dicotômico, poderíamos ainda associar a esta distinção, quer a contradição campo-cidade de Marx, quer a ação comunal presente em certas comunidades e instituições vinculativas, como a Igreja (Anstalt) versus a associação (Verein) (Weber). A uma visão evolucionista e otimista por parte dos positivistas e evolucionistas opôs-se, já no século XIX, por um lado, o conservadorismo nostálgico e, por outro, o socialismo nas suas diversas versões. Assim, autores conservadores como Burke e Bonald (Nisbet), perante a previsível ordem e o progresso caótico proposto pelos positivistas e modernistas, reagiam negativamente e apelavam à restauração da comunidade corporativa e tradicional (família, Igreja, guildas), considerada primordial em relação quer ao individualismo liberal despersonalizado, quer ao centralismo estatal abafador, que só pelo filósofo conservador Hegel era idealisticamente assumido como a comunidade por excelência (communitas communitatum). Em regra, porém, os teóricos idealizadores da comunidade tradicional passam de lado as relações hierocráticas e paternalistas, autoritárias e autocráticas ou até despóticas, amiúde presentes nas comunidades tradicionais. Numa perspectiva diferente, são ainda de referir os socialistas utópicos (Proudhon) que propunham levar à prática o socialismo através da construção de comunidades de partilha de bens até aos defensores do socialismo científico, que, embora reconhecendo o caráter revolucionário da era burguesa face ao feudalismo, proclamavam a necessidade da superação do capitalismo através da implantação duma nova ordem socialista, o que implicava a abolição da propriedade privada.

Sociedade


A definição mais geral de sociedade pode ser resumida como um sistema de interações humanas culturalmente padronizadas. Assim, e sem contradição com a definição anterior, sociedade é um sistema de símbolos, valores e normas, como também é um sistema de posições e papéis.
Uma sociedade é uma rede de relacionamentos sociais, podendo ser ainda um sistema institucional, por exemplo, sociedade anônima, sociedade civil, sociedade artística etc. A origem da palavra sociedade vem do latim societas, que significa associação amistosa com outros.
O termo sociedade é comumente usado para o coletivo de cidadãos de um país, governados por instituições nacionais que aspiram ao bem-estar dessa coletividade. Todavia, a sociedade não é um mero conjunto de indivíduos vivendo juntos em um determinado lugar, é também a existência de uma organização social, de instituições e leis que regem a vida dos indivíduos e suas relações mútuas. Há também alguns pensadores cujo debate insiste em reforçar a oposição entre indivíduo e sociedade, reduzindo, com freqüência, ao conflito entre o genético e o social ou cultural.
Durkheim, Marx e Weber conceituaram de maneiras diferentes a definição de sociedade. Cada um definiu a constituição da sociedade a partir do papel político, social ou econômico do indivíduo.
Para Émile Durkheim, o homem é coagido a seguir determinadas regras em cada sociedade, o qual chamou de fatos sociais, que são regras exteriores e anteriores ao indivíduo e que controlam sua ação perante aos outros membros da sociedade. Fato social é a coerção do indivíduo, constrangido a seguir normas sociais que lhe são impostas desde seu nascimento e que não tem poder para modificar.
Em outras palavras, a sociedade é que controla as ações individuais, o individuo aprende a seguir normas que lhe são exteriores (não foram criadas por ele), apesar de ser autônomo em suas escolhas; porém essas escolhas estão dentro dos limites que a sociedade impõe, pois caso o indivíduo ultrapasse as fronteiras impostas será punido socialmente.
Para Karl Marx, a sociedade sendo heterogênea, é constituída por classes sociais que se mantêm por meio de ideologias dos que possuem o controle dos meios de produção, ou seja, as elites. Numa sociedade capitalista, o acúmulo de bens materiais é valorizado, enquanto que o bem-estar coletivo é secundário.
Numa sociedade dividida em classes, o trabalhador troca sua força de trabalho pelo salário, que é suficiente apenas para ele e sua família se manterem vivos, enquanto que o capitalista acumula capital (lucro), que é o símbolo maior de poder, de prestígio e status social.
A exploração do trabalhador se dá pela mais-valia, a produção é superior ao que recebe de salário, sendo o excedente da produção o lucro do capitalista, que é o proprietário dos meios de produção. Assim se concretiza a ideologia do capitalista: a dominação e a exploração do operário/trabalhador para obtenção do lucro.
Para Marx, falta ao trabalhador a consciência de classe para superar a ideologia dominante do capitalista e assim finalmente realizar a revolução, para se chegar ao socialismo.
Max Weber não tem uma teoria geral da sociedade concebida, sendo que está mais preocupado com o estudo das situações sociais concretas quanto à suas singularidades. Além da ação social, que é a expressão do comportamento externo do indivíduo, trabalha também o conceito de poder. A sociedade, para Weber, constitui um sistema de poder, que perpassa todos os níveis da sociedade, desde as relações de classe a governados e governantes, como nas relações cotidianas na família ou na empresa. O poder não decorre somente da riqueza e do prestígio, mas também de outras fontes, tais como: a tradição, o carisma ou o conhecimento técnico-racional.
O poder por meio da dominação tradicional se dá através do costume, quando já está naturalizada em uma cultura e, portanto, legitimada. Por exemplo, uma fonte de dominação tradicional é o poder dos pais sobre os filhos, do professor sobre o aluno etc.
O domínio do poder carismático ocorre quando um indivíduo submete os outros à sua vontade, por meio da admiração/fascinação e sem uso da violência. O líder carismático controla os demais pela sensação de proteção, que atrai as pessoas ao seu redor.
A ação racional com relação aos fins ocorre na burocracia, visando organizar as transações tanto comerciais como estatais, para que funcionem de forma eficiente. Por conta dessa organização, os indivíduos são submetidos às normas e diretrizes da empresa ou do Estado, para que o funcionamento dessas organizações seja eficiente e eficaz.

Relações e interações sociais



O aspecto mais importante da interação social é que ela provoca uma modificação de comportamento nos indivíduos envolvidos, como resultado do contato e da comunicação que se estabelece entre eles. Desse modo, fica claro que o simples contato físico não é suficiente para que haja interação social. Por exemplo, se alguém se senta ao lado de outra pessoa num ônibus, mas ambos não conversam, não está havendo interação social (embora a presença de uma das pessoas influencie, às vezes, um pouco o comportamento da outra).
Os contatos sociais e a interação constituem, portanto, condições indispensáveis a associação humana. Os indivíduos se socializam através dos contatos e da interação social.
A interação social pode ocorrer entre uma pessoa e outra, entre uma pessoa e um grupo ou entre um grupo e outro.
A interação assume formas diferentes. A forma que a interação social assume chama-se relação social. Um professor dando aula tem um tipo de relação social com seus alunos, a relação pedagógica. Da mesma forma, uma pessoa comprando e outro vendendo, estabelecem uma relação econômica. Além dessas, as relações sociais podem ser políticas, religiosas, culturais, familiares e etc.
A forma mais típica de interação social é aquela em que há influência recíproca entre os participantes. Mas alguns autores falam de interação social quando apenas um dos elementos influência o outro. Isso acontece quando um dos pólos de interação está representado por um meio de comunicação apenas físico, como a televisão ou o livro. Ocorre, nesse caso, uma interação não recíproca. Neste tipo de interação, apenas um dos lados influência o outro.
Em Ciências Sociais, relação social refere-se ao relacionamento entre indivíduos ou no interior de um grupo social. As relações sociais formam a base da estrutura social. Nesse sentido, as relações sociais são o objeto básico da análise das Ciências Sociais. Investigações fundamentais sobre a natureza das relações sociais são encontradas nos trabalhos da sociologia clássica, tais como a teoria da ação social de Max Weber.
A relação social diz respeito à conduta de múltiplos agentes que se orientam reciprocamente em conformidade com um conteúdo específico do próprio sentido das suas ações. Na ação social, a conduta do agente está orientada significativamente pela conduta de outro ou outros, ao passo que na relação social a conduta de cada qual entre múltiplos agentes envolvidos (que tanto podem ser apenas dois e em presença direta quanto um grande número e sem contato direto entre si no momento da ação) orienta-se por um conteúdo de sentido reciprocamente compartilhado.
Assim, em Weber, relação social seria uma conduta de indivíduos, reciprocamente orientada e dotada de sentido partilhado pelos diversos agentes de determinada sociedade.

Diferença e desigualdadeDesumanização e coisificação do outro


Desumanizar é fazer com que alguém seja menos humano, tirando sua individualidade, seus aspectos criativos, e interessantes de sua personalidade, sua compaixão e sensibilidade para com os outros. Coisificar é transformar o outro em coisa. ‘Coisificação’ processo que identifica quando cada um dos indivíduos na sua vida social perde o seu valor essencial e passa a ser avaliado apenas como uma “coisa”, quanto à sua utilidade, sua capacidade de satisfazer os certos interesses. Para a concepção “de coisa" é que a mente é uma caixa que deve ser preenchida, um espaço vazio à espera do mundo, a educação e a visão de mundo passam a ser um ato de depositar fatos, informações, no outro, e esses passam a vivenciá-los depois de os terem, arquivados, memorizados, e indo então vão repetindo em suas vidas. Para ser categorizado como desumanizado e coisificado.
Uma pessoa deve vista como um objeto antes de ser manipulada e depredada, quando uma criança é criada dentro de um sistema de manipulação, como um objeto, essa criança vai crescer para encontrar seu valor em servir aos outros. Uma vida de doação e de serviço pode ser uma escolha saudável quando for feita a partir do ponto de pré-existentes, ou seja, de autovalor. Quando os valores só são obtidos através do serviço aos outros, para essa pessoa é a validação da existência.
Coisas não têm iniciativa própria, mas são totalmente dependentes da vontade dos outros para movê-los. Um indivíduo completamente coisificado não pode realizar seu próprio individualismo. É como um aleijado, incapaz de alcançar a independência completa. Cada um de nós é uma criatura individual num vasto universo. Somos seres finitos, com limites de nosso conhecimento. Não podemos e não sabemos tudo o que há para saber, Isto significa que paira a razão, em qualquer coisa, em todos nós.
Primeiro, deve assumir certas coisas sobre a realidade. No coração de cada filosofia de vida estão determinadas as heranças da família e dos pais, que são intenções ou pressupostos básicos sobre o que é real, e verdadeiro. Todos têm estas intenções, suposições ou pressuposições sobre o quê perceber da realidade e daquilo que acontece a sua volta, pensar no dia-a-dia, e nas suas decisões envolve o uso dessas convicções herdadas a partir do qual tiramos nossas conclusões, mas estas convicções são próprias, baseadas em determinações obtidas na herança sobre a realidade a sua volta. Exemplos simples de vida como assar um simples pão, quando se entende que a massa está totalmente pronta para isso, são convicções de vida herdadas, por que no âmbito geral alguém prática isso, Padeiros experientes, mães prendadas etc.. Conclusões simples como essa trazem nos determinados indivíduos convicções para o resto de suas vidas. Assim mesmo a desumanização e a coisificação dos indivíduos pairam muito sobre a historia de seus pais e ou tal como foram criados e como eles servirão a sociedade a partir do momento que tiverem conhecimento de si mesmo.

Questões de gênero e etnia


O conceito de raça está intimamente relacionado com o âmbito biológico, as diferenças de características físicas que fazem daquele grupo social um grupo particular. Pode-se compreender melhor o que se quer dizer quando fala-se de raça quando se atenta para as questões de cor de pele, tipo de cabelo, conformação facial e cranial, ancestralidade e genética. O conceito de Etnia está relacionado ao âmbito da cultura, os modos de viver, costumes,afinidades lingüísticas de um determinado povo criam as condições de pertencimento naquela determinada etnia. Pode-se compreender melhor as questões étnicas a partir dos inúmeros exemplos que enchem a televisão de manchetes, como os eternos conflitos entre grupos étnicos no oriente médio que vivem em disputa política por territórios ou por questões religiosas. A juventude negra também experimenta hoje um grande desafio no que tange reverter à realidade histórica dos negros, realidade essa que vem sido inscrita no país desde a chegada dos colonizadores há 500 anos. A dimensão de se pensar a juventude negra brasileira é que ela representa o maior seguimento populacional de jovens do país, são 16 milhões de jovens, o que significa que 47% da juventude brasileira é negra. Isso deveria merecer uma maior atenção nas políticas públicas de forma a reverter à discriminação racial, desigualdade econômica e a falta de acesso a lazer e educação, que são uma realidade cotidiana da maioria. A juventude negra continua no mesmo movimento histórico que sua raça desenhou desde que chegou como escravos no país, criando espaços de resistência com o objetivo de articular um diálogo entre a juventude negra do país. Esses jovens tem utilizados ferramentas da internet para promover discussão e articulação em fóruns estaduais e nacionais, a partir da organização dos ENJUNE(Encontro Nacional de Juventude Negra). Também existem várias ações que estão sendo desenvolvidas em diferentes setores e lideranças sociais onde a juventude negra atua junto a juventude organizada no sentido de buscar uma unificação com as reivindicações mais globais. Porém a forma mais simples que a juventude negra está usando para mobilizar os jovens é através de ações culturais como o hip hop, dos grupos de capoeira entre outros que abrem mais informais para um movimento mais amplo de denúncia do racismo, a discriminação, a violência e a falta de oportunidades imposta pela sociedade a este seguimento. Vale salientar que a Juventude Negra como organização é fruto do Movimento Negro que vem ao longo da história lutando, resistindo e propondo políticas públicas como atualmente o estatuto de igualdade racial na perspectiva do Movimento Negro, e a luta pela implementação de um plano político de igualdade racial no Brasil.
Assim como a juventude negra, a juventude indígena também enfrenta uma série de desafios na sociedade atual, que vão desde a necessidade de educação e formação profissional, acesso a tecnologia, a falta de acesso a condições mínimas de saúde. Os dados sobre essa juventude apontam índices alarmantes de alcoolismo, infecção pela AIDS e DSTs e tal situação merece uma atenção em forma de políticas públicas voltada para trabalhos educativos que levem em consideração a cultura destes povos. Algumas ações estão sendo feitas para promover discussões em trono da juventude indígena é a Conferência Livre da Juventude Indígena, como a que ocorreu no estado de Alagoas, em janeiro de 2008 contando com a participação de mais de trezentos jovens indígenas e também o Seminário Cultural da Juventude Indígena que já está da terceira edição são espaços onde a juventude indígena está se articulando e pensando sua realidade.

Violência


Violência significa usar a agressividade de forma intencional e excessiva para ameaçar ou cometer algum ato que resulte em acidente, morte ou trauma psicológico.
A violência se manifesta de diversas maneiras, em guerras, torturas, conflitos étnico-religiosos, preconceito, assassinato, fome, etc. Pode ser identificada como violência contra a mulher, a criança e o idoso, violência sexual, violência urbana, etc. Existe também a violência verbal, que causa danos morais, que muitas vezes são mais difíceis de esquecer do que os danos físicos.
Quando se trata de direitos humanos, a violência abrange todos os atos de violação dos direitos: civis (liberdade, privacidade, proteção igualitária); sociais (saúde, educação, segurança, habitação); econômicos (emprego e salário); culturais (manifestação da própria cultura) e políticos (participação política, voto).

Violência doméstica

A violência doméstica é o tipo de violência que ocorre em um contexto familiar, ou seja, entre parentes. Poderá ser entre o pai e a mãe, entre os pais e os filhos, etc. Abusos sexuais a crianças e maus tratos a idosos também constituem violência doméstica. Existem cinco tipos de violência doméstica: a física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Diariamente, cerca de 2 mil pessoas apresenta queixas na polícia, alegando ter sofrido violência doméstica.

Violência urbana


A violência urbana também consiste em um tipo de violação da lei penal. Consiste na prática de crimes diversos contra pessoas (assassinatos, roubos e sequestros), e contra o patrimônio público, influenciando de forma negativa o convívio entre as pessoas e a qualidade de vida. Esse tipo de violência manifesta-se particularmente nas grandes cidades.
Um dos principais fatores que gera a violência urbana é o crescimento acelerado e desordenado das cidades. Como consequência surgem graves problemas sociais como fome, miséria, desemprego e marginalização, que associados à ineficiência das políticas de segurança pública contribuem para o aumento dos atos de violência.

Violência simbólica

Violência simbólica é um conceito elaborado pelo sociólogo Pierre Bourdieu. Forma de coação que se apóia no reconhecimento de uma imposição determinada seja esta econômica, social ou simbólica. A violência simbólica se funda na fabricação contínua de crenças no processo de socialização, que induzem o indivíduo a se posicionar no espaço social seguindo critérios e padrões do discurso dominante. Devido a esse conhecimento do discurso dominante, a violência simbólica é manifestação desse conhecimento através do reconhecimento da legitimidade desse discurso dominante. Para Bourdieu, a violência simbólica é o meio de exercício do poder simbólico.
Uma crítica a esse conceito parte do pensamento do filósofo alemão Jürgen Habermas e diz respeito à violência equivaler sempre a agressão física, portanto exterior ao simbólico. Contudo, essa crítica, além de restringir a violência apenas à dimensão física, ignora a possibilidade de as crenças dominantes imporem valores, hábitos e comportamentos sem recorrer necessariamente à agressão física, criando situações onde o indivíduo que sofre a violência simbólica sinta-se inferiorizado como acontece, por exemplo, nas questões de bullying (humilhação constante), raça, gênero, sexualidade, filosofia etc. A violência simbólica está muito presente na educação, a partir do momento em que professores e gestores escolares tentam impor suas convicções e/ou crenças particulares.

 O Poder e o Estado

As teorias clássicas sobre o Estado

Estado 

Para Kant, o Estado tanto é designado por coisa pública (res publica), quando tem por liame o interesse que todos têm em viver no estado jurídico, como por potentia, quando se pensa em relação com outros povos, ou por gens, por causa da união que se pretende hereditária. Entende o Estado como comunidade, soberania e nação, se utilizadas categorias de hoje, dado que o Estado é ao mesmo tempo Estado-comunidade, ou república, Estado-aparelho, ou principado, e comunidade de gerações, ou nação3 .
Segundo o jurista italiano Norberto Bobbio, a palavra foi utilizada pela primeira vez, com o seu sentido contemporâneo, no livro Arte da Guerra, pelo general estrategista Sun Tzu e posteriormente no livro denominado O Príncipe, do diplomata e militar Nicolau Maquiavel.
É organizado politicamente, socialmente e juridicamente, ocupando um território definido e onde normalmente a lei máxima é uma constituição escrita, e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto interna como externamente. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo, um povo, um território".
O Estado é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o monopólio da violência legítima (coerção, especialmente a legal). Segundo a divisão setorial sociológica mais comum, considera-se o Estado o Primeiro Setor, ficando o Mercado e as Entidades da Sociedade Civil respectivamente como Segundo e Terceiro Setor4 .
Normalmente, grafa-se o vocábulo com letra maiúscula, a fim de diferenciá-lo de seus homônimos. Há, entretanto, uma corrente de filólogos que defende sua escrita com minúscula, como em cidadania ou civil. Não com o objetivo de ferir a definição tradicional de Estado, mas a fim de equiparar a grafia a outros termos não menos importantes.
Os agrupamentos sucessivos e cada vez maiores de seres humanos procedem de tal forma a chegarem à idéia de Estado, cujas bases foram determinadas na história mundial com a Ordem de Wetsfalia (Paz de Vestfália), em 1648. A instituição estatal, que possui uma base de prescrições jurídicas e sociais a serem seguidas, evidencia-se como "casa forte" das leis que devem regimentar e regulamentar a vida em sociedade.
Desse modo, o Estado representa a forma máxima de organização humana, somente transcendendo a ele a concepção de Comunidade Internacional.

Governo


O Governo é "a organização, que é a autoridade governante de uma unidade política“, "o poder de regrar uma sociedade política"e o aparato pelo qual o corpo governante funciona e exerce autoridade. O governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou uma nação. Os Estados que possuem tamanhos variados podem ter vários níveis de Governo conforme a organização política daquele país, como por exemplo o Governo local, regional e nacional.

Sistemas de Governo 


Os sistemas de governo mais adotados no mundo são:
Parlamentarismo
O parlamentarismo é um sistema de governo no qual o poder executivo de um Estado depende do apoio direto ou indireto do parlamento, usualmente manifestado por meio de um voto de confiança. Assim, não há uma clara separação dos poderes entre os poderes executivos e legislativos.
Embora alguns critiquem o parlamentarismo por não adotar os freios e contrapesos encontrados no presidencialismo, outros arguam que o sistema parlamentarista é mais flexível do que o presidencial, pois enquanto neste último uma crise política poderia levar a uma ruptura institucional, naquele o problema seria resolvido com a queda do governo e, eventualmente, a dissolução regular do parlamento.
Os sistemas parlamentaristas costumam adotar uma diferença clara entre o chefe de governo e o chefe de Estado, sendo este uma figura simbólica eleita indiretamente ou um monarca hereditário com pouco ou nenhum poder, e aquele, um primeiro-ministro responsável pelo governo perante o parlamento. Entretanto, alguns sistemas parlamentaristas possuem chefes de Estado eleitos e, por vezes, com alguns poderes políticos. Em geral, as monarquias constitucionais adotam sistemas parlamentaristas de governo.
Presidencialismo
O presidencialismo é um sistema de governo no qual há uma nítida separação dos poderes entre o executivo e o legislativo, de maneira que o poder executivo é exercido independentemente do parlamento, não é diretamente responsável perante este e não pode ser demitido em circunstâncias normais.
A noção de separação estrita de poderes surgiu de forma clara na obra de Montesquieu, como resultado de suas observações da história dos sistemas políticos da França e dos Estados da Grã-Bretanha, e foi primeiramente adotada de maneira sistemática pela constituição dos EUA, ao instituir o cargo de presidente.
Embora em tese o sistema presidencialista não seja exclusivo de repúblicas, uma monarquia presidencialista é absoluta
Semi-Presidencialismo
O Semi-Presidencialismo é um sistema de governo no qual o chefe de governo (geralmente com o título de primeiro-ministro) e o chefe de Estado (geralmente com o título de presidente) compartilham em alguma medida o poder executivo, participando, ambos, do cotidiano da administração pública de um Estado. Difere do parlamentarismo por apresentar um chefe de Estado, geralmente eleito pelo voto direto, com prerrogativas que o tornam mais do que uma simples figura protocolar; difere, também, do presidencialismo por ter um chefe de governo com alguma medida de responsabilidade perante o legislativo.

República


A República é uma estrutura política de Estado ou forma de Governo em que, segundo Cícero, são necessárias três condições fundamentais para caracterizá-la: um número razoável de pessoas (multitudo); uma comunidade de interesses e de fins (communio); e um consenso do direito (consensus iuris). Nasce das três forças reunidas, entre, uma mistura da libertas do povo, da autoritas do Senado e da potestas dos magistrados, Assim, os soberanos nos oferecem o amor paternal; os grandes, o sábio conselho; o povo, a liberdade.
Hoje é visto como um governo na qual o chefe do Estado é eleito pelo povo ou seus representantes, tendo a sua chefia uma duração limitada. A eleição do chefe de Estado, por regra chamado presidente da república, é normalmente realizada através do voto livre e secreto. Dependendo do sistema de governo, o presidente da república pode ou não acumular o poder executivo permanecendo por quatro anos.
A origem deste sistema político está na Roma antiga, onde primeiro surgiram instituições como o senado. Nicolau Maquiavel descreveu o governo e a fundação da república ideal na sua obra Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio (1512-17). Estes escritos, bem como os de seus contemporâneos, como Leonardo Bruni, constituem a base da ideologia que, em ciência política, se designa por republicanismo.
O conceito de república não é isento de ambiguidades, confundindo-se às vezes com democracia, às vezes com liberalismo, às vezes tomado simplesmente no seu sentido etimológico de "bem comum". Hoje em dia, o termo república refere-se, regra geral, a um sistema de governo cujo poder emana do povo, ao invés de outra origem, como a hereditariedade ou o direito divino. Ou seja, é a designação do regime que se opõe à monarquia.


Democracia, Cidadania e Justiça


A Democracia surgiu na Grécia onde o governo era realmente exercido pelo povo, que fazia reuniões em praça pública para tratar de vários assuntos e problemas, era a chamada Democracia Direta. Neste tipo de democracia, as decisões são tomadas em assembléias públicas. Com o crescimento das populações, as reuniões em praça pública ficaram impossíveis de acontecer, surgiu, então um novo tipo de democracia, a Democracia Representativa, onde o povo se reúne e escolhe, por meio do voto, os representantes que irão tomar decisões em seu nome. Este é o processo mais comum de tomada de decisão nos governos democráticos, também chamado de mandato político.
A democracia se opõe à ditadura e ao totalitarismo e reúne princípios e práticas que protegem a liberdade do ser-humano.
Muitos cientistas políticos usam o termo “democracia” para caracterizar um governo que atua em favor do povo (direto ou representativo), enquanto que “Republica”, seria o sistema político onde o chefe de estado é eleito por um determinado período de tempo.
Os comunistas costumam dizer que as democracias não são democráticas, pois para eles, a classe dominante é que exerce o poder. Na opinião deles, o povo é manipulado pela mídia, que faz com que a classe trabalhadora seja influenciada na hora de votar.Os comunistas acreditam que, somente em um regime socialista é que haveria uma verdadeira democracia.
Os três poderes
Desde a Antiguidade, vários filósofos e pensadores se desdobram nas formas de organização do poder político. Muitos destes se preocupavam com a investigação de uma forma de equilíbrio em que o poder não se mantivesse sustentado nas mãos de uma única pessoa ou instituição. Já nessa época, as implicações de um governo de feições tirânicas ou autoritárias preocupavam as mentes daqueles que voltavam sua atenção ao terreno político.
Entre os séculos XVII e XVIII, tempo de preparação e desenvolvimento do movimento iluminista, o teórico John Locke (1632 – 1704) apontava para a necessidade de divisão do poder político. Vivendo em plena Europa Moderna, esse pensador estava sob o domínio do governo absolutista. Em tal contexto, observamos a figura de um rei capaz de transformar as suas vontades em lei e sustentar a validade das mesmas através de justificativas religiosas.

Algumas décadas mais tarde, Charles de Montesquieu (1689 – 1755) se debruçou no legado de seu predecessor britânico e do filósofo grego Aristóteles para criar a obra “O Espírito das Leis”. Neste livro, o referido pensador francês aborda um meio de reformulação das instituições políticas através da chamada “teoria dos três poderes”. Segundo tal hipótese, a divisão tripartite poderia se colocar como uma solução frente aos desmandos comumente observados no regime absolutista.

Mesmo propondo a divisão entre os poderes, Montesquieu aponta que cada um destes deveriam se equilibrar entre a autonomia e a intervenção nos demais poderes. Dessa forma, cada poder não poderia ser desrespeitado nas funções que deveria cumprir. Ao mesmo tempo, quando um deles se mostrava excessivamente autoritário ou extrapolava suas designações, os demais poderes teriam o direito de intervir contra tal situação desarmônica.

Neste sistema observamos a existência dos seguintes poderes:
Poder Executivo: 
Tem como função observar as demandas da esfera pública e garantir os meios cabíveis para que as necessidades da coletividade sejam atendidas no interior daquilo que é determinado pela lei. Dessa forma, mesmo tendo várias atribuições administrativas em seu bojo, os membros do executivo não podem extrapolar o limite das leis criadas.
Poder Legislativo:
Tem como função congregar os representantes políticos que estabelecem a criação de novas leis. Dessa forma, aos serem eleitos pelos cidadãos, os membros do legislativo se tornam porta-vozes dos anseios e interesses da população como um todo. Além de tal tarefa, os membros do legislativo contam com dispositivos através dos quais podem fiscalizar o cumprimento das leis por parte do Executivo. Sendo assim, vemos que os “legisladores” monitoram a ação dos “executores”.
Em várias situações, podemos ver que a simples presença da lei não basta para que os limites entre o lícito e o ilícito estejam claramente definidos.
Poder Judiciário 
Tem por função julgar, com base nos princípios legais, de que forma uma questão ou problema sejam resolvidos. Na figura dos juízes, promotores e advogados, o judiciário garante que as questões concretas do cotidiano sejam resolvidas à luz da lei.

O processo legislativo no Brasil


Entende-se por Processo Legislativo Brasileiro  a sequência dos atos realizados que buscam a elaboração de normas jurídicas. Para atingir esta finalidade é necessário a observação de regras particulares, como a iniciativa, o emendamento, a discussão, a votação, participação do Presidente da República em casos onde seja necessário, entre outras disposições que formam o conjunto de regras para o devido processo de elaboração de leis no país. Tal processo está previsto em nossa Carta Magna, no artigo 59 e o Congresso Nacional, respeitando este sistema, poderá produzir leis de vários tipos e características, como:
Emendas constitucionais - são as reformas no texto constitucional de grande ou pequena monta. São realizadas a partir de aprovação, em dois turnos, por três quintos de cada uma das casas do Congresso.
Leis complementares  - atos legislativos admissíveis somente nos casos em que a própria constituição autorize. Destina-se a detalhar matéria que a constituição abordou genericamente. Terá de ser aprovada em dois turnos de casa do Congresso em maioria absoluta, dependendo ainda de aprovação do Presidente da República.
Leis ordinárias - leis comuns, produto da função primordial do Poder Legislativo em produzir leis, versando sobre todos os assuntos, exceto aqueles abordados por lei complementar. Sua aprovação depende de maioria simples.
Decretos legislativos - atos cuja competência é de total exclusividade do congresso, independentes de sanção do presidente. Aprovada por maioria simples, sua finalidade básica é a aprovação dos atos do chefe da nação.
Resoluções - atos vinculados à atividade privativa do congresso, independentes de aprovação do presidente, assim como os decretos legislativos. Sua aprovação é por maioria simples, sendo que existem algumas resoluções, que apesar de não fazerem parte do processo legislativo, possuem força de lei, como a resolução que institui o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e as resoluções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral com a finalidade de garantir a execução fiel da legislação eleitoral.
Além de apreciar as medidas provisórias e autorizar a elaboração de leis delegadas, o artigo 59 da Constituição menciona ainda que é de alçada de lei complementar abordar a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
Estruturada dentro da organização política brasileira, o Poder Legislativo está presente, além da esfera federal, nos Estados e Municípios, deste modo:
Esfera Federal - Congresso Nacional (Câmara dos Deputados + Senado Federal) - atuam os deputados federais e senadores, respectivamente;
Esfera Estadual - Assembleia Legislativa - âmbito dos deputados estaduais;
Esfera Distrital (Distrito Federal) - Câmara Legislativa - atuação dos deputados distritais;
Esfera Municipal - Câmara Municipal - reservada aos vereadores;
São estes os componentes do Poder Legislativo, e, do mesmo modo que o Congresso irá elaborar leis na esfera federal, os outros entes deste poder irão elaborar leis dentro do espaço que lhes é cabível. Como o Congresso Nacional se desdobra em Câmara dos Deputados e Senado Federal, dizemos que o sistema legislativo federal é bicameral, sendo que os dois recebem auxílio técnico do Tribunal de Contas da União (TCU), de modo que as leis elaboradas estejam em sintonia com a receita acumulada pelo poder público. Considera-se a câmara representativa direta do povo, enquanto que os senadores são interpretados como representantes dos Estados.
A elaboração das leis passará por um processo deveras complexo, que inclui:
Iniciativa;
Discussão;
Votação;
Aprovação;
Sanção ou veto;
Promulgação;
Publicação;
O processo legislativo então terá início com um projeto de lei, em uma das casas, seja câmara ou senado, que será considerada deste ponto de vista, a "casa iniciadora". Presidente da República, Supremo Tribunal Federal e tribunais superiores, Procurador Geral da República, deputados e cidadãos em geral entram com seus projetos obrigatoriamente pela câmara. Já senadores e membros de Assembleia Legislativa encaminham seus projetos ao senado. Na casa iniciadora, o projeto passa por análise técnica, material e formal feita por uma das 16 comissões da casa (no caso da câmara; no senado, são 7). Passada esta fase, o projeto de lei é votado em plenário, e se rejeitado, será arquivado; se aprovado, irá para a casa revisora. Na casa revisora, se rejeitado, será arquivado; em caso de emendas, é devolvido para a apreciação da casa iniciadora; se aprovado, é enviado ao Presidente da República para sanção ou veto.
Ao presidente cabo aprovar, ou vetá-lo total ou parcialmente (não sendo permitido o veto de palavras soltas); o veto deve ser feito até 15 dias, e ser embasado juridicamente; mas este pode ser derrubado em até 30 dias pelo Congresso. Derrubado o veto, o projeto é encaminhado ao presidente, para promulgação. Caso o presidente se recuse a promulgar, o Presidente do Senado poderá assinar em seu lugar.

Direitos humanos

A idéia de direitos humanos tem origem no conceito filosófico de direitos naturais que seriam atribuídos por Deus, alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma idéia. Outros argumentam ser necessário manter termos separados para eliminar a associação com características normalmente relacionadas com os direitos naturais, sendo John Locke talvez o mais importante filósofo a desenvolver esta teoria.
Existe um importante debate sobre a origem cultural dos direitos humanos. Geralmente se considera que tenham sua raiz na cultura ocidental moderna, mas existem ao menos mais duas posturas principais. Alguns afirmam que todas as culturas possuem visões de dignidade que se são uma forma de direitos humanos, e faz referência a proclamações como a Carta de Mandén, de 1222, declaração fundacional do Império de Mali. Não obstante, nem em japonês nem em sânscrito clássico, por exemplo, existiu o termo "direito" até que se produziram contatos com a cultura ocidental, já que culturas orientais colocaram tradicionalmente um peso nos deveres. Existe também quem considere que o Ocidente não criou a idéia nem o conceito do direitos humanos, ainda que tenha encontrado uma maneira concreta de sistematizá-los, através de uma discussão progressiva e com base no projeto de uma filosofia dos direitos humanos.
As teorias que defendem o universalismo dos direitos humanos se contrapõem ao relativismo cultural, que afirma a validez de todos os sistemas culturais e a impossibilidade de qualquer valorização absoluta desde um marco externo, que, neste caso, seriam os direitos humanos universais. Entre essas duas posturas extremas situa-se uma gama de posições intermediárias. Muitas declarações de direitos humanos emitidas por organizações internacionais regionais põem um acento maior ou menor no aspecto cultural e dão mais importância a determinados direitos de acordo com sua trajetória histórica. A Organização da Unidade Africana proclamou em 1981 a Carta Africana de Direitos Humanos e de Povos , que reconhecia princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e adicionava outros que tradicionalmente se tinham negado na África, como o direito de livre determinação ou o dever dos Estados de eliminar todas as formas de exploração econômica estrangeira. Mais tarde, os Estados africanos que acordaram a Declaração de Túnez, em 6 de novembro de 1992, afirmaram que não se pode prescrever um modelo determinado a nível universal, já que não podem se desvincular as realidades históricas e culturais de cada nação e as tradições, normas e valores de cada povo. Em uma linha similar se pronunciam a Declaração de Bangkok, emitida por países asiáticos em 23 de abril de 1993, e de Cairo, firmada pela Organização da Conferência Islâmica em 5 de agosto de 1990.
Também a visão ocidental-capitalista dos direitos humanos, centrada nos direitos civis e políticos, como a liberdade de opinião, de expressão e de voto, se opôs durante a Guerra Fria, o bloco socialista, que privilegiava a satisfação das necessidades elementares, porém era suprimida a propriedade privada, a possibilidade de discordar, e de eleger os representantes com eleições livres de múltipla escolha.

Direitos civis

Direitos civis são as proteções e privilégios de poder pessoal dados a todos os cidadãos por lei. Direitos civis são distintos de "direitos humanos" ou "direitos naturais", também chamados "direitos divinos". São direitos estabelecidos pelas nações limitados aos seus limites territoriais, enquanto direitos naturais ou humanos são direitos que muitos acadêmicos dizem que os indivíduos têm por natureza ao nascer. Por exemplo, o filósofo John Locke(1632–1704) argumentou que os direitos naturais da vida, liberdade e propriedade deveriam ser convertidos em direitos civis e protegidos pelo estado soberano como um aspecto do contrato social. Outros argumentaram que as pessoas adquirem direitos como um presente inalienável da divindade ou em um tempo de natureza antes que os governos se formaram.
Leis garantindo direitos civis podem ser escritas, derivadas do costume ou implicadas. Nos Estados Unidos e na maioria dos países continentais europeus, as leis de direitos civis em sua maior parte são escritas. Exemplos de direitos civis e liberdades incluem o direito de ser ressarcido em caso de danos por terceiros, o direito à privacidade, o direito ao protesto pacífico, o direito à investigação e julgamento justos em caso de suspeição de crime e direitos constitucionais mais generalistas, como o direito ao voto, o direito à liberdade pessoal, o direito à liberdade de ir e vir, o direito à proteção igualitária e, ainda, o habeas corpus, o direito de permanecer em silêncio (ie. não responder a questionamento), e o direito a um advogado; estes últimos três são designados (na constituição Norte-Americana) para garantir que aqueles acusados de algum crime estão assegurados de seus direitos.
Ao passo que as civilizações emergiram e formalizaram através de constituições escritas, alguns dos direitos civis mais importantes foram passados aos cidadãos. Quando esses direitos se descobriram mais tarde inadequados, movimentos de direitos civis surgiram como veículo de exigência de proteção igualitária para todos os cidadãos e defesa de novas leis para restringir o efeito de discriminações presentes.

Direitos políticos 

Os direitos políticos constituem um conjunto de regras constitucionalmente fixadas, referentes à participação popular no processo político. Dizem respeito, em outras palavras, à atuação do cidadão na vida pública de determinado país. Correspondem ao direito de sufrágio, em suas diversas manifestações, bem como a outros direitos de participação no processo político.
Este conjunto de direitos varia conforme país, e encontra-se intimamente vinculado ao regime político e sistema eleitoral e partidário instituídos em cada estado.

Direitos sociais
Os Direitos sociais são aqueles que visam a garantir aos indivíduos o exercício e usufruto de direitos fundamentais, em condições de igualdade, para que tenham uma vida digna, por meio da proteção e garantias dadas pelo Estado Democrático de Direito. Os direitos sociais foram conquistados principalmente ao longo dos séculos, sendo a maioria deles no século XX por meio da pressão de movimentos sociais e de trabalhadores. Caracterizam-se por serem direitos fundamentais e necessariamente sujeitos à observância do Estado.
A demanda por direitos sociais teve origem no século XIX, com o advento da Revolução Industrial, e eles foram primeiramente estabelecidos pelas constituições Mexicana em 1917 e de Weimar em 1919, mas foram positivados no âmbito internacional em 1948 por meio Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, e mais tarde detalhados no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em 1966 .
O Pacto Internacional das Nações Unidas de 1966 foi adotado pelo Brasil em 19925 e refletiu-se na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 e sua emenda constitucional de 2010, resultando nos seguintes direitos definidos por seu Artigo 5º: a educação,a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e por fim a assistência aos desamparados
A Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais são mais abrangentes e ao mesmo tempo detalhados do que os previstos no Artigo 6º da Constituição Brasileira. Os demais direitos estão positivados em outros artigos constitucionais e regulamentados por outros complexos conjuntos de leis.

Cidadania


Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na constituição. Os direitos e deveres de um cidadão devem andar sempre juntos, uma vez que ao cumprirmos nossas obrigações permitimos que o outro exerça também seus direitos.
Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações e lutar para que sejam colocados em prática. É estar em pleno gozo das disposições constitucionais e preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da educação de um país.
A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, pela Assembléia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas (deputados e senadores), consolidou a democracia, após longos anos da ditadura militar no Brasil.




LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
·         Tema 1 – Usos da língua

Língua e linguagens

Linguagem: 

Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas.

-Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra.

-Linguagem não verbal:
  tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem e etc.

-Linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a tv que utilizam a imagem e a palavra.


Língua: 

É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.


Variedades lingüísticas

São as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

-Norma culta: é a língua padrão, a variedade lingüística de maior prestígio social.

-Norma
 popular: são todas as variedades lingüísticas diferentes da língua padrão.


Dialetos:
São variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua(ex.: gíria)

Intencionalidade discursiva: são as intenções, explícitas ou implícita, existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa.


Conceituado:

Texto:
  É uma unidade lingüística concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade comunicativa.

Discurso:  É a atividade comunicativa 
capaz  de gerar sentido desenvolvida entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto.

Coesão textual são as articulações gramaticais existente entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão seqüencial.

Coerência textual é o resultado da articulação das idéias de um texto ; é a estruturação lógico- semântica que faz com que numa situação discursiva palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutores.


Elementos da comunicação

Com os elementos da comunicação, é possível usar como forma de comunicação, informação, expressão e significados os diversos sistemas simbólicos das diferentes linguagem. A forma de comunicação está divida entre:
·         Emissor – o que emite a mensagem.
·         Receptor  o que recebe a mensagem.
·         Mensagem  o conjunto de informações transmitidas.
·         Código  a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
·         Canal de Comunicação  por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar…
·         Contexto  a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
·         Ruído qualquer perturbação na comunicação.


Relação entre oralidade e escrita

A língua escrita não é mera transcrição ou reprodução da fala, desse modo não escrevemos exatamente como falamos e vice-versa. A escrita é uma representação da fala, que possui regras próprias de realização, que interage com a fala e completa-se.
Num processo histórico, a fala antecede à escrita, estando assim, aquela mais presente e dinamizada em nossas vidas.
Para a criança que inicia seu processo de estudos, se depara com um abismo que separa a oralidade da escrita. Assim, deixar claro para ela quais são essas diferenças, torna-se imprescindível.
A linguagem falada apresenta grande variedade de realizações de um mesmo vocábulo, algumas mais próximas do padrão, e outras, menos prestigiadas, socialmente estigmatizadas. Na escrita, geralmente é usada a língua padrão, por ser valorizada socialmente, pois se assim não fosse, teríamos circulando inúmeras variações da língua escrita, o que poderia causar grande confusão.
Na fala temos o interlocutor presente, permitindo a utilização de recursos não verbais (paralinguísticos), como a linguagem corporal, facial, entonações diferenciadas e a prosódia. Por outro lado, na escrita, o interlocutor (que não está presente) é levado a usar 
outros recursos como a pontuação e acentuação gráfica, além de outros recursos gráficos e linguísticos. Tais recursos são tentativas de reproduzir e representar artificialmente, o que é possível ser feito naturalmente na linguagem falada.
Além disso, na língua falada utilizamos frases mais curtas, por questão de limitação humana de memorização, enquanto que, na escrita essas frases podem ser mais longas e elaboradas, a fim de que não se corra o risco do texto ficar fragmentado, com frases soltas, prejudicando o entendimento do todo.
Por último, a oralidade também nos permite tratar de vários temas ao mesmo tempo sem sermos redundantes, pois os artifícios usados na fala nos permite compreender a fala do outro, sem que haja comprometimento do raciocínio. Já na escrita, preferencialmente, o texto deve ser enxuto e conciso, tratando do mesmo tema, do início ao fim, para que não se afete a sequência textual.
Tais diferenças são mais evidentes ao indivíduo alfabetizado e com o domínio da língua padrão. Para a criança que está ingressando no mundo alfabetizado, essas diferenças não são tão óbvias assim, uma vez que, para ela, ainda a escrita representa a transcrição da sua fala.


Conotação e denotação


Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e idéias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Exemplos:
·         Você é o meu sol!
·         Minha vida é um mar de tristezas.
·         Você tem um coração de pedra!

Denotação

Uma palavra é usada no sentido denotativo quando apresenta seu significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros.
Exemplos:
·         O elefante é um mamífero.
·         Já li esta página do livro.
·         A empregada limpou a casa.



Funções da linguagem

Funções da linguagem são as formas como cada indivíduo organiza sua fala dependendo da mensagem que se quer transmitir. A linguagem pode ser usada para expressar sentimentos, para informar, para influenciar outras pessoas etc. A transmissão dessa mensagem pressupõe um emissor, um receptor, um contexto, um código e um canal entre o emissor e o receptor.


As funções da linguagem são:

·         Emotiva ou expressiva – quando a linguagem está centrada no próprio emissor, revelando seus sentimentos, suas emoções. Ex.: “Solto a voz nas estradas/ Já não posso parar/ Meu caminho é de pedra/ Como posso sonhar”.

·         Apelativa ou conativa – quando o emissor organiza a mensagem com o objetivo de influenciar o receptor. É muito usada em mensagens publicitárias. Ex.: Não deixe para última hora! Programe suas férias.


·         Referencial ou denotativa – quando a intenção do emissor é falar objetivamente sobre o contexto real. É a linguagem de caráter informativo. Ex.: Textos de jornal, revistas, livros didáticos, científicos etc.

·         Metalinguística – quando a linguagem fala dela mesma, se destina à explicação das próprias palavras (códigos). Ex.: Quando digo “alto”, significa “parem”.


·         Fática – quando a linguagem é usada para confirmar se de fato o emissor está sendo ouvido. É um canal de comunicação. Ex.: Você está me entendendo? Certo? Não é verdade? Etc.

·         Poética - quando a linguagem revela um cuidado especial com o ritmo das frases, com a sonoridade das palavras, com o jogo de ideias. Ex.: Textos literários, provérbios etc.



Figuras de linguagem

São certos recursos não-convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior expressividade à sua mensagem.

 

Metáfora

 É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma comparação subentendida.
 Exemplo:
·         Minha boca é um tumulo.
·         Essa rua é um verdadeiro deserto.

Comparação  
Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança.
Exemplo: 
·         O meu coração está igual a um céu cinzento.
·         O carro dele é rápido como um avião.

 Prosopopéia 
É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO. 
Exemplo:
·         O céu está mostrando sua face mais bela.
·         O cão mostrou grande sisudez.

 Sinestesia 
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.
Exemplo:
·         Raquel tem um olhar frio, desesperador.
·         Aquela criança tem um olhar tão doce.
 Catacrese 
É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio.
Exemplo:
·         O menino quebrou o braço da cadeira.
·         A manga da camisa rasgou.

Metonímia 
É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos:
O autor pela obra:
Exemplo:
·         Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)
O continente pelo conteúdo:
Exemplo:
·         O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)
A parte pelo todo:
Exemplo:
·         Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa)
O efeito pela causa:
Exemplo:
·         Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)

 Perífrase
É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
Exemplo:
·         A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)
·         A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)

Antítese  
Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.
Exemplo:
·         Nada com Deus é tudo.
·         Tudo sem Deus é nada.

 Eufemismo 
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.
Exemplo:
·         Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer)
·         Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos)
 Hipérbole
É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a idéia.
Exemplo:
·         Ela chorou rios de lágrimas.
·         Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.

Ironia 
Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.
Exemplo:
·         Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
·         Se você gritar mais alto, eu agradeço.

Onomatopéia 
Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.
Exemplo:
·         Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
·         Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

 Aliteração
Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.
Exemplo:
·         O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Elipse 
Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.
Exemplo:
·         Após a queda, nenhuma fratura.

 Zeugma 
Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.
Exemplo:
·         Ele come carne, eu verduras.

 Pleonasmo
Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.
Exemplo:
·         Nós cantamos um canto glorioso.

 Polissíndeto 
É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.
Exemplo:
·         Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.

 Assíndeto 
Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.
Exemplo:
·         Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para dançar.

Anacoluto
Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.
Exemplo:
·         Ele, nada podia assustá-lo.
Nota: o anacoluto ocorre com freqüência na linguagem falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.
 Anafóra
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade.
Exemplo:
·         Cada alma é uma escada para Deus,
           Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
           Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
           Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa)

 Silepse
Ocorre quando a concordância é realizada com a idéia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.
De gênero:
Exemplo:
·         Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).
De número:
Exemplo:
A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a idéia de plural da palavra boiada).
De pessoa:
Exemplo:
·         As mulheres decidiram não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).

Tipologia textual

Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As únicas tipologias existentes são: narração, descrição, dissertação ou exposição, argumentação, informação e injunção. É importante que não se confunda tipo textual com gênero textual.

Textos narrativos
Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercadas de narrações desde que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano.
·         Contos
·         Fábulas
·         Crônicas
·         Romances
·         Novelas
·         Depoimentos
·         Piadas
·         Causo
·         Relatos etc.

Texto descritivo

Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela suafunção caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas acontecem ao mesmo tempo.

 

Texto dissertativo

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.
Nesse tipo de texto a expressão das ideias, valores, crenças são claras, evidentes, pois é um tipo de texto que propõe a reflexão, o debate de ideias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o uso da conotação possa marcar um estilo pessoal.
A objetividade é um fator importante, pois dá ao texto um valor universal, por isso geralmente o enunciador não aparece porque o mais importante é o assunto em questão e não quem fala dele. A ausência do emissor é importante para que a ideia defendida torne algo partilhado entre muitas pessoas, sendo admitido o emprego da 1ª pessoa do plural - nós-, pois esse não descaracteriza o discurso dissertativo.

Texto argumentativo

Esse texto tem a função de persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.
Esta tipologia apresenta:
1.   uma Introdução (tese);
2.   argumentos (desenvolvimento);
3.   conclusão (o que da aprova os argumentos)

 

Texto injuntivo/instrucional

Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras e eventos.


Interlocução

Quando há interlocução, significa que é possível verificar a compreensão da mensagem e reformular o enunciado as vezes que forem necessárias, em situações de comunicação oral sem intercâmbio, é fundamental atender à construção do enunciado e ao modo como se transmite. Convém "caracterizar" o destinatário (público restrito ou geral; receptor de conveniência ou voluntário, características sociais, profissionais, de sexo ou idade,...), conhecer a natureza da mensagem, utilizar um nível de língua adequado, dominar as funções de linguagem que seduzem o receptor, a perceber certas condições da comunicação.
·         Tema 4 – Texto como representação do imaginário e a construção do patrimônio cultural

Gêneros literários
Gênero literário é uma categoria de composição literária. A classificação das obras literárias podem ser feitas de acordo com critérios semânticos,sintáticos, fonológicos, formais, contextuais e outros. As distinções entre os gêneros e categorias são flexíveis, muitas vezes com subgrupos.
Na história, houve várias classificações de gêneros literários, de modo que não se pode determinar uma categorização de todas as obras seguindo uma abordagem comum. A divisão clássica é, desde a Antiguidade, em três grupos: narrativo ou épico, lírico e dramático. Essa divisão partiu dos filósofos da Grécia antiga, Platão e Aristóteles, quando iniciaram estudos para o questionamento daquilo que representaria o literário e como essa representação seria produzida. Essas três classificações básicas fixadas pela tradição englobam inúmeras categorias menores, comumente denominadas subgêneros.
O gênero lírico se faz, na maioria das vezes, em versos e explora a musicalidade das palavras. É importante ressaltar que o gênero lírico trabalha bastante com as emoções, explorando os sentimentos Entretanto, os outros dois gêneros — o narrativo e o dramático — também podem ser escritos nessa forma, embora modernamente prefira-se a prosa.
Todas as modalidades literárias são influenciadas pelas personagens, pelo espaço e pelo tempo. Todos os gêneros podem ser não-ficcionais ou ficcionais. Os não-ficcionais baseiam-se na realidade, e os ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da história.
O texto épico relata fatos históricos realizados pelos seres humanos no passado. É relatar um enredo, sendo ele imaginário ou não, situado em tempo e lugar determinados, envolvendo uma ou mais personagens, e assim o faz de diversas formas.
As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens: a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem), a gestual (por meio de gestos), além de outras.
Quanto à estrutura, ao conteúdo e à extensão, pode-se classificar as obras narrativas em romances, contos, novelas, poesias épicas, crônicas,fábulas e ensaios. Quanto à temática, às narrativas podem ser histórias policiais, de amor, de ficção e etc.

Texto Narrativo
Todo texto que traz foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, clímax e desfecho é classificado como narrativo. Abaixo, seguem-se modalidades textuais pertencentes ao gênero narrativo.
·         Épico: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de caráter verossímil.
·         Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança com a realidade). As personagens principais são animais ou objetos, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
·         Epopeia ou Épico: é uma narrativa feita em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Três belos exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e Odisseia, de Homero.
·         Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
·         Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, curta, engraçada e até folclores (conto popular) por personagens previamente retratados. Inicialmente, fazia parte da literatura oral e Boccaccio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
·         Crônica: é uma narrativa informal, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial, breve, com um toque de humor e crítica.
·         Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo idéias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico.

Gênero Dramático
É composto de textos que foram escritos para serem encenados em forma de peça de teatro. Para o texto dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser transformado em um roteiro, para depois poder ser transformado então no gênero espetáculo. É muito difícil ter definição de texto dramático que o diferencie dos demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No entanto, a principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos atores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, rubricas ou didascálias, texto também chamado de secundário, que informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto principal. Por exemplo, antes da fala de um personagem é colocada a expressão: «com voz baixa», indicando como o texto deve ser falado.
Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é dividido entre as duas personagens locutoras, que entram em cena pela citação de seus nomes.
Apresenta qualquer tema, estrutura-se em dois tipos de textos: rubrica e o discurso direto. Há ausência de narrador e é formado por atos, quadros e cenas porém o gênero dramático se encontra numa classe gramatical muito grande e alta o que dificulta o entendimento desse assunto. Abaixo, seguem-se modalidades textuais pertencentes ao gênero dramático.
·         Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. Um bom exemplo é a peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare.
·         Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas Noites Nupciais.
·         Sátira: é um texto de caráter ridicularizador, podendo ser também uma crítica indireta a algum fato ou a alguém. Uma piada é um bom exemplo de sátira.
·         Farsa: é um texto onde os personagens principais podem ser duas ou mais pessoas diferentes e não serem reconhecidos pelos feitos dessa pessoa.
·         Tragédia: representa um fato trágico e tende a provocar compaixão e terror.
·         Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por aquele povo.

Escolas literarias

Trovadorismo
A religião desenvolvia-se em mosteiros, e que foram verdadeiros centros de cultura artística. Tudo o que se produzia na Idade Média estava relacionado aos textos sagrados e ao cristianismo. A Igreja era o centro do poder naquela época. A mulher era um símbolo idealizado e distante. Amor cortês, convencionalismo amoroso. Ambientação aristocrática das cortes. Forte influência provincial. Amor impossível e platônico devido a posição social da mulher ser melhor que a do trovador apaixonado, vassalagem amorosa.

 

Cantiga de amor

O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível. Mas nunca consegue conquistá-la, porque tem medo e também porque ela rejeita sua canção.
Neste tipo de cantiga, originária de Provença, no sul de França, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem nas trovas).
Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada.
São tipos de Cantiga de Amor:
·         Cantiga de Meestria: é o tipo mais difícil de cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem estribilho, nem repetições.
·         Cantiga de Tense ou Tensão: diálogo entre cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da mesma mulher.
·         Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores (plebeus) ou por uma pastora (plebéia).
·         Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos.

 

 

Cantiga de amigo

Eu lírico feminino. Presença de paralelismos. Predomínio da musicalidade, por esse motivo apresenta refrão. Assunto Principal: o lamento da moça cujo amado partiu. Amor natural e espontâneo. Ambientação popular rural ou urbana. Influência da tradição oral ibérica. Amor possível. Deus é o elemento mais importante do poema. Pouca subjetividade. É mais popular.

 

Cantiga de escárnio

Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é predominantemente verbal, dependente, portanto, do emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz.

 


Cantiga de maldizer

Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não pode ser revelada.



Humanismo
A escola literária chamada Humanismo surgiu já no final da Idade Média. Ainda podemos ressaltar as prosas doutrinárias, dirigidas à nobreza. Já as poesias, que eram cultivadas por fidalgos, utilizavam o verso de sete sílabas e o de cinco sílabas. Podemos destacar João Ruiz de Castelo Branco como importante autor de poesias palacianas.
Renascimento (ou Renascença) é um termo usado para indicar o período da história do mundo ocidental aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII com significativa variação nas datas conforme a região enfocada e o autor consultado, quando diversas transformações em uma multiplicidade de áreas da vida humana assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.
Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antigüidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari já no século XVI, mas a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt A cultura do Renascimento na Itália (1867), onde ele definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem".
Apesar do grande prestígio que o Renascimento ainda guarda entre os críticos e o público, historiadores modernos têm começado a questionar se os tão divulgados avanços merecem ser tomados desta forma.
O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da Itália e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e, menos intensamente, em Portugal e Espanha, e em suas colônias americanas.


Classicismo
 Em Arte, o Classicismo refere-se, geralmente à valorização da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido estético, que os classicistas pretendem imitar. A arte classicista procura a pureza formal, o equilíbrio, o rigor - ou, segundo a nomenclatura proposta por Friedrich Nietsche: pretende ser mais apolínea que dionisíaca.
Alguns historiadores de arte, entre eles Giulio Carlo Argan, alegam que na História da arte concorrem duas grandes forças, constantes e antagônicas: uma delas é o espírito clássico, a outra, o romântico.
As duas grandes manifestações classicistas da Idade Moderna européia são o Renascimento e o Neoclassicismo.
Serve também o termo clássico para designar uma obra ou um autor depositários dos elementos fundadores de determinada corrente artística.
Características do Classicismo
·         Universalismo
·         Racionalismo
·         Antropocentrismo
·         Paganismo
·         Neoplatonismo
·         Referência à cultura grega

Apuro formal:
·         Soneto (2 Quartetos 2 Tercetos)
·         Versos Com Até 10 Sílabas Poéticas (Estilo doce novo & Medida nova)
·         Rimas Bem Trabalhadas


Quinhentismo
 O Quinhentismo tem esse nome por se passar em 1500 e se resume a todos os acontecimentos históricos vividos no descobrimento do Brasil e a religião que a Igreja queria passar para os índios em forma de sermões. Inclusive, o que marca o Quinhentismo é a carta que Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei de Portugal relatando tudo que se passava no Brasil e suas riquezas. É por isso que o Quinhentismo também é chamado de Literatura Informativa. Porém o Quinhentismo se destaca na Literatura Jesuíta através dos sermões com intenção de catequizar os habitantes brasileiros da época (Índios).

Principais autores
·         Frei Vicente de Salvador
·         Jean de Lery
·         Padre José de Anchieta
·         Pero Vaz de Caminha


Barroco
Movimento que tem início na Europa nos séculos XVII e XVIII (primeira metade) e no Brasil tem o seu início em 1601 com a publicação deProsopopéia, de Bento Teixeira até 1768. E é apoiado pela igreja católica contra o renascimento e a reforma protestante. Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contra-Reforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferentemente, o que teria resultado em diferenças na expressão artística de cada período. Enquanto no Renascimento as qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia eram as mais buscadas, o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. Mas nem sempre essas características são bem evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo. Houve uma grande variedade de abordagens estilísticas, que foram englobadas sob a denominação genérica de "arte barroca", com certas escolas mais próximas do classicismo renascentista e outras mais afastadas dele, o que tem gerado muita polêmica e pouco consenso na conceituação e caracterização do estilo.

Principais autores
·         Bento Teixeira
·         Padre Antônio Vieira
·         Gregório de Matos
·         Badu Oliveira Cardoso
·         poesia lírica amorosa
·         poesia sacra relígiosa
·         poesia filosófica
·         poesia satírica


Arcadismo
 No Arcadismo alguns autores se revoltam com a política, e a sátira passa a ser uma das principais características. No Arcadismo ocorre também o amor platônico, como no caso de Claudio Manoel da Costa que em suas poesias falava de uma musa chamada Nise que na verdade não existia. Já no caso de Tomás Antonio Gonzaga, já com 40 anos, dedica suas poesias a Maria Dorotéia Joaquina de Seixas (com apenas 17 anos), a quem chamava de Marília em seus poemas. A família era contrária, mas, aos poucos, a resistência passou a ser menor. Todavia, por ter participado da Inconfidência Mineira, foi preso e mandado para a África, casando-se, então, com Juliana de Sousa Mascarenhas, filha de um rico comerciante de escravos.

Principais autores
·         Alvarenga Peixoto
·         Frei Santa Rita Durão
·         Cláudio Manoel da Costa
·         Tomás Antônio Gonzaga
·         Silva Alvarenga
·         Rafaela Borba Silva
·         Basílio da Gama


Romantismo(poesia)
 O Romantismo no Brasil teve como marco fundador a publicação do livro "Suspiros poéticos e saudades", de Gonçalves de Magalhães, em 1836, e durou 45 anos terminando em 1881. O Romantismo foi sucedido pelo Realismo.

Primeira geração (indianista)

·         Nacionalismo
·         Patriotismo
·         Índio como herói
·         Antiestrangeirismo
·         Sentimentalismo

Autores
·         Gonçalves de Magalhães
·         Gonçalves Dias
·         Araújo Porto Alegre

Segunda geração (ultrarromântica, mal do século e byronista)

·         Atração pela morte (mal-do-século)
·         Individualismo
·         Pessimismo
·         Escapismo

Autores
·         Casimiro de Abreu
·         Álvares de Azevedo
·         Fagundes Varela
·         Junqueira Freire

Terceira geração (condoreira)

por causa do pássaro condor que tem visão ampla sobre todas as coisas
·         Todas as questões sociais
·         Erotismo
·         Abolicionismo
·         Mulher vista com defeitos e qualidades
·         Política

Autores
·         Castro Alves
·         Sousândrade
·         Tobias Barreto

Romantismo (prosa)
O Romantismo na prosa ou também conhecido como romance romântico tem básicamente as mesmas características que o romantismo na poesia, porém em vez de poesias são feitos livros onde existem alguns segmentos. Como a prosa social-urbana, indianista, regionalista e histórica. Com caráter burguês, epidermico, pouco intelectual e de personagens lineares, saiam nos jornais em fasciculos para agradar à mulher e o estudante burguês( classe dominante na época).

Principais autores
·         Bernardo Guimarães
·         Franklin Távora
·         Joaquim Manoel de Macedo (Macedinho)
·         José de Alencar
·         Manoel Antonio de Almeida
·         Visconde de Taunay


Realismo
 Correspondeu ao momento de consolidação do poder político da burguesia, na segunda metade do século XIX.
Augusto Comte, Karl Marx e Charles Darwin são os iniciadores europeus com suas correntes: o Positivismo, Socialismo e Darwinismo. O realismo evidencia fatos e acredita no real sem sentimentos lúdicos e melosos dos românticos e acredita que o homem é psicologicamente formado sem nenhuma interferência natural ou humana
Brasil: Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis (1881)

Principais autores
·         Machado de Assis
·         Raul Pompéia
·         Artur Azevedo


Naturalismo
 O naturalismo ocorre basicamente na mesma época do realismo; alguns dizem que o naturalismo é apenas uma manifestação do realismo mas as diferenças são bem visíveis.
O naturalismo tenta explicar que o homem é modificado pelo ambiente em que vive e que a natureza influi na razão. Diferente do romance realista que presa a classe social dominante, o romance naturalista presa a comunidade mais pobre. Podemos ver isso claramente ao ler a obra o cortiço de Aluísio de Azevedo
Brasil: O Mulato de Aluísio de Azevedo (1881)

Principais autores
·         Aluísio de Azevedo
·         Domingos Olímpio
·         Inglês de Sousa
·         Júlio Ribeiro
·         Manuel de Oliveira Paiva


Parnasianismo
 O Parnasianismo é a forma poética do Realismo.
·        Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, dai as palavras raras e rimas ricas.
·        Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.
·        Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e justifica por sua beleza. Faz referências ao prosáico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.
·        Estética/Culto à forma: Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal. Aspectos importantes para essa estética perfeita são:
·        Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas ABBA.
·        Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no último verso.
·        Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.
·        Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.
·        Temática Greco-Romana: A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos.

Principais autores
·        Alberto de Oliveira
·        Francisca Júlia
·        Olavo Bilac
·        Raimundo Correia
·        Vicente de Carvalho


Simbolismo
 Na Europa, o simbolismo inicia-se na última década do século XIX e avança pelo início do século XX, paralelamente as tendências do pré modernismo. O misticismo, o sonho, a fé e a religião passam a ser valores em busca de novos caminhos
O Simbolismo no Brasil começa com as obras Missal e Broquéis ambos escritas por Cruz e Sousa
Características gerais:
·        Uso de figuras de linguagem (sinestesia e aliteração)
·        Musicalidade (A música acima de tudo)
·        Valorização das manifestações espirituais e metafísicas
·        Rebusca valores românticos
·        Aversão ao que é real
·        Amor ao lúdico e sublime
·        Tenta buscar a essência do ser humano
·        Oposição entre matéria e espírito

Principais autores
·        Alphonsus de Guimaraens
·        Cruz e Sousa


Pré-Modernismo
 O pré-modernismo foi um período literário brasileiro, que marca a transição entre o simbolismo e o movimento modernista seguinte. Em Portugal, o pré-modernismo configura o movimento denominado saudosismo.
O termo pré-modernismo parece haver sido criado por Tristão de Athayde, para designar os "escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920". Representa, assim, um período eclético (que possui várias correntes de idéias, sem se fixar a nenhuma delas).
Embora vários autores sejam classificados como pré-modernistas, este não se constituiu num estilo ou escola literária, dado a forte individualidade de suas obras, mas essencialmente eram marcados por duas características comuns:
Conservadorismo - traziam na sua estética os valores parnasianos e naturalistas;
Renovação - demonstravam íntima relação com a realidade brasileira e as tensões vividas pela sociedade do período.
Embora tenham rompido com a temática dos períodos anteriores, esse autores não avançaram o bastante para serem considerados modernos. Notando-se, até, em alguns casos, resistência às novas estéticas.

Principais autores

·         Augusto dos Anjos
·         Coelho Neto
·         Euclides da Cunhas
·         Graça Aranha
·         Lima Barreto
·         Monteiro Lobado
·         Raul de Leo


             
Modernismo
No Brasil o Modernismo tem data de nascimento: 11 de fevereiro de 1922, com a Semana de arte moderna de 1922. Representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos. A nova poesia através da declamação. A nova música por meio de concertos. A nova arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura. O adjetivo "novo", marcando todas estas manifestações, propunha algo a ser recebido com curiosidade ou interesse. Para os modernistas, simbolizados em Mário de Andrade, a prática da poesia tem que ser (ou tem que ter) uma reflexão consciente dos problemas da linguagem, das suas limitações e possibilidades. Além disso vêem no poeta um sujeito criador consciente do texto literário.
O Modernismo deixou marcas nas gerações seguintes, como se observa, em geral, uma maior liberdade lingüística, a desconstrução literária e o introspectivismo. Estes novos elementos foram muito bem explorados por Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto (um mais lírico, outro mais objetivo, concreto), pelos romancistas de 30, na prosa intimista de Clarice Lispector, pelos tropicalistas que são motivo de inspiração até hoje na produção contemporânea.

Principais autores

·         Carlos Drummond de Andrade
·         Clarice Lispector
·         João Cabral de Melo Neto
·         Manuel Bandeira
·         Mário de Andrade
·         Fernando Pessoa
·         Graciliano Ramos


Fase Contemporânea
É sempre muito difícil se analisar um cenário teórico fazendo parte dele, sem um distanciamento mínimo de tempo e espaço. Mas podemos apontar algumas tendências contemporâneas da literatura brasileira e consideramos o que se tem produzido nos últimos vinte ou trinta anos, pós-ditadura.

Poesia

Na poesia, os nomes hoje já consagrados são aqueles que, de algum modo, dialogam com essas linhas de força da Semana de 22, um diálogo com a função paradoxal de unificar a variedade da produção contemporânea. O impacto do modernismo de 22, porém, foi tamanho que conseguiu produzir também uma diversidade interna, bifurcando a linhagem modernista em:
1.    Uma vertente mais lírica, subjetiva, à Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Drummond;
2.    Outra mais experimental, formalista, à Oswald de Andrade, João Cabral, poesia concreta.
A poesia torna-se, ainda, por um lado mais cotidiana quanto à temática (Adélia Prado, Mário Quintana), e por outro instrumento de pressão contra as ditaduras (Glauco Mattoso, tropicalistas).

Prosa

Contemporaneamente o que vemos no romance brasileiro e, de certa forma, também no luso, que volta a dialogar com o Brasil, é o surgimento do que chama-se Geração 90. No Brasil, o grande marco é o romance Subúrbio, de Fernando Bonassi, que deflagraria em 1994 um processo de renovação da prosa urbana (ou, no caso, suburbana), com seu realismo brutal, que trouxe novamente para o centro da cena literária os personagens dos arrabaldes das cidades brasileiras. Cidade de Deus, de Paulo Lins, ficaria célebre pela sua realização cinematográfica.
Outra corrente contemporânea é uma espécie de tópica da condição pós-moderna: a identidade em crise, um extremo do intimismo, que se projeta sobre a estrutura narrativa, cancelando os limites entre o real e o fantasmático, entre o mundo descrito e as distorções interiores de quem o descreve. É o caso de Cristóvão Tezza, João Gilberto Noll, Bernardo Carvalho e Chico Buarque.
Acrescentaria a tais correntes uma espécie de revisão histórica a partir da ficção. Tanto no Brasil (Luiz Antonio de Assis Brasil, Miguel Sanches Neto) quanto em Portugal (Miguel Sousa Tavares) e nos países africanos de língua portuguesa (José Eduardo Agualusa, Mia Couto) aparecem narrativas de formato convencional e que se passam inteiramente no passado, mas não resgatando o passado como forma de contemplação. Atualmente vivemos um momentos barroco, de confusão e crise existencial, um tipo de literatura que está em alta.
Principais autores

·         Cristóvão Tezza
·         Chico Buarque
·         João Gilberto Noll
·         Bernardo Carvalho
·         Dias Gomas
·         Gianfrancesco Guarnieri
·         Caio Fernando Abreu