domingo, 31 de agosto de 2014

LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
·         Tema 1 – Usos da língua

Língua e linguagens

Linguagem: 

Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a comunicação e a interação entre as pessoas.

-Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra.

-Linguagem não verbal:
  tem outros tipos de unidade, como gestos, o movimento, a imagem e etc.

-Linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a tv que utilizam a imagem e a palavra.


Língua: 

É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.


Variedades lingüísticas

São as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

-Norma culta: é a língua padrão, a variedade lingüística de maior prestígio social.

-Norma
 popular: são todas as variedades lingüísticas diferentes da língua padrão.


Dialetos:
São variedades originadas das diferenças de região, de idade, de sexo, de classes ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da língua(ex.: gíria)

Intencionalidade discursiva: são as intenções, explícitas ou implícita, existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa.


Conceituado:

Texto:
  É uma unidade lingüística concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade comunicativa.

Discurso:  É a atividade comunicativa 
capaz  de gerar sentido desenvolvida entre interlocutores. Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do processo comunicativo que também participam da construção do sentido do texto.

Coesão textual são as articulações gramaticais existente entre palavras, orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão seqüencial.

Coerência textual é o resultado da articulação das idéias de um texto ; é a estruturação lógico- semântica que faz com que numa situação discursiva palavras e frases componham um todo significativo para os interlocutores.


Elementos da comunicação

Com os elementos da comunicação, é possível usar como forma de comunicação, informação, expressão e significados os diversos sistemas simbólicos das diferentes linguagem. A forma de comunicação está divida entre:
·         Emissor – o que emite a mensagem.
·         Receptor  o que recebe a mensagem.
·         Mensagem  o conjunto de informações transmitidas.
·         Código  a combinação de signos utilizados na transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor souber decodificar a mensagem.
·         Canal de Comunicação  por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas vocais, ar…
·         Contexto  a situação a que a mensagem se refere, também chamado de referente.
·         Ruído qualquer perturbação na comunicação.


Relação entre oralidade e escrita

A língua escrita não é mera transcrição ou reprodução da fala, desse modo não escrevemos exatamente como falamos e vice-versa. A escrita é uma representação da fala, que possui regras próprias de realização, que interage com a fala e completa-se.
Num processo histórico, a fala antecede à escrita, estando assim, aquela mais presente e dinamizada em nossas vidas.
Para a criança que inicia seu processo de estudos, se depara com um abismo que separa a oralidade da escrita. Assim, deixar claro para ela quais são essas diferenças, torna-se imprescindível.
A linguagem falada apresenta grande variedade de realizações de um mesmo vocábulo, algumas mais próximas do padrão, e outras, menos prestigiadas, socialmente estigmatizadas. Na escrita, geralmente é usada a língua padrão, por ser valorizada socialmente, pois se assim não fosse, teríamos circulando inúmeras variações da língua escrita, o que poderia causar grande confusão.
Na fala temos o interlocutor presente, permitindo a utilização de recursos não verbais (paralinguísticos), como a linguagem corporal, facial, entonações diferenciadas e a prosódia. Por outro lado, na escrita, o interlocutor (que não está presente) é levado a usar 
outros recursos como a pontuação e acentuação gráfica, além de outros recursos gráficos e linguísticos. Tais recursos são tentativas de reproduzir e representar artificialmente, o que é possível ser feito naturalmente na linguagem falada.
Além disso, na língua falada utilizamos frases mais curtas, por questão de limitação humana de memorização, enquanto que, na escrita essas frases podem ser mais longas e elaboradas, a fim de que não se corra o risco do texto ficar fragmentado, com frases soltas, prejudicando o entendimento do todo.
Por último, a oralidade também nos permite tratar de vários temas ao mesmo tempo sem sermos redundantes, pois os artifícios usados na fala nos permite compreender a fala do outro, sem que haja comprometimento do raciocínio. Já na escrita, preferencialmente, o texto deve ser enxuto e conciso, tratando do mesmo tema, do início ao fim, para que não se afete a sequência textual.
Tais diferenças são mais evidentes ao indivíduo alfabetizado e com o domínio da língua padrão. Para a criança que está ingressando no mundo alfabetizado, essas diferenças não são tão óbvias assim, uma vez que, para ela, ainda a escrita representa a transcrição da sua fala.


Conotação e denotação


Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e idéias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Exemplos:
·         Você é o meu sol!
·         Minha vida é um mar de tristezas.
·         Você tem um coração de pedra!

Denotação

Uma palavra é usada no sentido denotativo quando apresenta seu significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros.
Exemplos:
·         O elefante é um mamífero.
·         Já li esta página do livro.
·         A empregada limpou a casa.



Funções da linguagem

Funções da linguagem são as formas como cada indivíduo organiza sua fala dependendo da mensagem que se quer transmitir. A linguagem pode ser usada para expressar sentimentos, para informar, para influenciar outras pessoas etc. A transmissão dessa mensagem pressupõe um emissor, um receptor, um contexto, um código e um canal entre o emissor e o receptor.


As funções da linguagem são:

·         Emotiva ou expressiva – quando a linguagem está centrada no próprio emissor, revelando seus sentimentos, suas emoções. Ex.: “Solto a voz nas estradas/ Já não posso parar/ Meu caminho é de pedra/ Como posso sonhar”.

·         Apelativa ou conativa – quando o emissor organiza a mensagem com o objetivo de influenciar o receptor. É muito usada em mensagens publicitárias. Ex.: Não deixe para última hora! Programe suas férias.


·         Referencial ou denotativa – quando a intenção do emissor é falar objetivamente sobre o contexto real. É a linguagem de caráter informativo. Ex.: Textos de jornal, revistas, livros didáticos, científicos etc.

·         Metalinguística – quando a linguagem fala dela mesma, se destina à explicação das próprias palavras (códigos). Ex.: Quando digo “alto”, significa “parem”.


·         Fática – quando a linguagem é usada para confirmar se de fato o emissor está sendo ouvido. É um canal de comunicação. Ex.: Você está me entendendo? Certo? Não é verdade? Etc.

·         Poética - quando a linguagem revela um cuidado especial com o ritmo das frases, com a sonoridade das palavras, com o jogo de ideias. Ex.: Textos literários, provérbios etc.



Figuras de linguagem

São certos recursos não-convencionais que o falante ou escritor cria para dar maior expressividade à sua mensagem.

 

Metáfora

 É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma comparação subentendida.
 Exemplo:
·         Minha boca é um tumulo.
·         Essa rua é um verdadeiro deserto.

Comparação  
Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança.
Exemplo: 
·         O meu coração está igual a um céu cinzento.
·         O carro dele é rápido como um avião.

 Prosopopéia 
É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO. 
Exemplo:
·         O céu está mostrando sua face mais bela.
·         O cão mostrou grande sisudez.

 Sinestesia 
Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.
Exemplo:
·         Raquel tem um olhar frio, desesperador.
·         Aquela criança tem um olhar tão doce.
 Catacrese 
É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio.
Exemplo:
·         O menino quebrou o braço da cadeira.
·         A manga da camisa rasgou.

Metonímia 
É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos:
O autor pela obra:
Exemplo:
·         Li Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)
O continente pelo conteúdo:
Exemplo:
·         O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)
A parte pelo todo:
Exemplo:
·         Vários brasileiros vivem sem teto, ao relento. (teto substitui casa)
O efeito pela causa:
Exemplo:
·         Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)

 Perífrase
É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
Exemplo:
·         A Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)
·         A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência. (Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)

Antítese  
Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.
Exemplo:
·         Nada com Deus é tudo.
·         Tudo sem Deus é nada.

 Eufemismo 
Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.
Exemplo:
·         Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer)
·         Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos)
 Hipérbole
É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a idéia.
Exemplo:
·         Ela chorou rios de lágrimas.
·         Muitas pessoas morriam de medo da perna cabeluda.

Ironia 
Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.
Exemplo:
·         Que alunos inteligentes, não sabem nem somar.
·         Se você gritar mais alto, eu agradeço.

Onomatopéia 
Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.
Exemplo:
·         Com o au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.
·         Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.

 Aliteração
Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.
Exemplo:
·         O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Elipse 
Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.
Exemplo:
·         Após a queda, nenhuma fratura.

 Zeugma 
Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.
Exemplo:
·         Ele come carne, eu verduras.

 Pleonasmo
Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.
Exemplo:
·         Nós cantamos um canto glorioso.

 Polissíndeto 
É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.
Exemplo:
·         Chegamos de viagem e tomamos banho e saímos para dançar.

 Assíndeto 
Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.
Exemplo:
·         Chegamos de viagem, tomamos banho, depois saímos para dançar.

Anacoluto
Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.
Exemplo:
·         Ele, nada podia assustá-lo.
Nota: o anacoluto ocorre com freqüência na linguagem falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.
 Anafóra
Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade.
Exemplo:
·         Cada alma é uma escada para Deus,
           Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
           Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
           Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa)

 Silepse
Ocorre quando a concordância é realizada com a idéia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.
De gênero:
Exemplo:
·         Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).
De número:
Exemplo:
A boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a idéia de plural da palavra boiada).
De pessoa:
Exemplo:
·         As mulheres decidiram não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo. (nesse tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).

Tipologia textual

Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As únicas tipologias existentes são: narração, descrição, dissertação ou exposição, argumentação, informação e injunção. É importante que não se confunda tipo textual com gênero textual.

Textos narrativos
Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. Estamos cercadas de narrações desde que nos contam histórias infantis até às piadas do cotidiano.
·         Contos
·         Fábulas
·         Crônicas
·         Romances
·         Novelas
·         Depoimentos
·         Piadas
·         Causo
·         Relatos etc.

Texto descritivo

Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela suafunção caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem a que o texto refere. Nessa espécie textual as coisas acontecem ao mesmo tempo.

 

Texto dissertativo

A dissertação é um texto que analisa, interpreta, explica e avalia dados da realidade. Esse tipo textual requer um pouco de reflexão, pois as opiniões sobre os fatos e a postura crítica em relação ao que se discute têm grande importância.
O texto dissertativo é temático, pois trata de análises e interpretações; o tempo explorado é o presente no seu valor atemporal; é constituído por uma introdução onde o assunto a ser discutido é apresentado, seguido por uma argumentação que caracteriza o ponto de vista do autor sobre o assunto em evidência e, por último, sua conclusão.
Nesse tipo de texto a expressão das ideias, valores, crenças são claras, evidentes, pois é um tipo de texto que propõe a reflexão, o debate de ideias. A linguagem explorada é a denotativa, embora o uso da conotação possa marcar um estilo pessoal.
A objetividade é um fator importante, pois dá ao texto um valor universal, por isso geralmente o enunciador não aparece porque o mais importante é o assunto em questão e não quem fala dele. A ausência do emissor é importante para que a ideia defendida torne algo partilhado entre muitas pessoas, sendo admitido o emprego da 1ª pessoa do plural - nós-, pois esse não descaracteriza o discurso dissertativo.

Texto argumentativo

Esse texto tem a função de persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo-argumentativo.
Esta tipologia apresenta:
1.   uma Introdução (tese);
2.   argumentos (desenvolvimento);
3.   conclusão (o que da aprova os argumentos)

 

Texto injuntivo/instrucional

Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções, regras e eventos.


Interlocução

Quando há interlocução, significa que é possível verificar a compreensão da mensagem e reformular o enunciado as vezes que forem necessárias, em situações de comunicação oral sem intercâmbio, é fundamental atender à construção do enunciado e ao modo como se transmite. Convém "caracterizar" o destinatário (público restrito ou geral; receptor de conveniência ou voluntário, características sociais, profissionais, de sexo ou idade,...), conhecer a natureza da mensagem, utilizar um nível de língua adequado, dominar as funções de linguagem que seduzem o receptor, a perceber certas condições da comunicação.
·         Tema 4 – Texto como representação do imaginário e a construção do patrimônio cultural

Gêneros literários
Gênero literário é uma categoria de composição literária. A classificação das obras literárias podem ser feitas de acordo com critérios semânticos,sintáticos, fonológicos, formais, contextuais e outros. As distinções entre os gêneros e categorias são flexíveis, muitas vezes com subgrupos.
Na história, houve várias classificações de gêneros literários, de modo que não se pode determinar uma categorização de todas as obras seguindo uma abordagem comum. A divisão clássica é, desde a Antiguidade, em três grupos: narrativo ou épico, lírico e dramático. Essa divisão partiu dos filósofos da Grécia antiga, Platão e Aristóteles, quando iniciaram estudos para o questionamento daquilo que representaria o literário e como essa representação seria produzida. Essas três classificações básicas fixadas pela tradição englobam inúmeras categorias menores, comumente denominadas subgêneros.
O gênero lírico se faz, na maioria das vezes, em versos e explora a musicalidade das palavras. É importante ressaltar que o gênero lírico trabalha bastante com as emoções, explorando os sentimentos Entretanto, os outros dois gêneros — o narrativo e o dramático — também podem ser escritos nessa forma, embora modernamente prefira-se a prosa.
Todas as modalidades literárias são influenciadas pelas personagens, pelo espaço e pelo tempo. Todos os gêneros podem ser não-ficcionais ou ficcionais. Os não-ficcionais baseiam-se na realidade, e os ficcionais inventam um mundo, onde os acontecimentos ocorrem coerentemente com o que se passa no enredo da história.
O texto épico relata fatos históricos realizados pelos seres humanos no passado. É relatar um enredo, sendo ele imaginário ou não, situado em tempo e lugar determinados, envolvendo uma ou mais personagens, e assim o faz de diversas formas.
As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens: a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem), a gestual (por meio de gestos), além de outras.
Quanto à estrutura, ao conteúdo e à extensão, pode-se classificar as obras narrativas em romances, contos, novelas, poesias épicas, crônicas,fábulas e ensaios. Quanto à temática, às narrativas podem ser histórias policiais, de amor, de ficção e etc.

Texto Narrativo
Todo texto que traz foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, clímax e desfecho é classificado como narrativo. Abaixo, seguem-se modalidades textuais pertencentes ao gênero narrativo.
·         Épico: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de caráter verossímil.
·         Fábula: é um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança com a realidade). As personagens principais são animais ou objetos, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
·         Epopeia ou Épico: é uma narrativa feita em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Três belos exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e Odisseia, de Homero.
·         Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
·         Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, curta, engraçada e até folclores (conto popular) por personagens previamente retratados. Inicialmente, fazia parte da literatura oral e Boccaccio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
·         Crônica: é uma narrativa informal, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial, breve, com um toque de humor e crítica.
·         Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo idéias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico.

Gênero Dramático
É composto de textos que foram escritos para serem encenados em forma de peça de teatro. Para o texto dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser transformado em um roteiro, para depois poder ser transformado então no gênero espetáculo. É muito difícil ter definição de texto dramático que o diferencie dos demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No entanto, a principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos atores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, rubricas ou didascálias, texto também chamado de secundário, que informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto principal. Por exemplo, antes da fala de um personagem é colocada a expressão: «com voz baixa», indicando como o texto deve ser falado.
Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é dividido entre as duas personagens locutoras, que entram em cena pela citação de seus nomes.
Apresenta qualquer tema, estrutura-se em dois tipos de textos: rubrica e o discurso direto. Há ausência de narrador e é formado por atos, quadros e cenas porém o gênero dramático se encontra numa classe gramatical muito grande e alta o que dificulta o entendimento desse assunto. Abaixo, seguem-se modalidades textuais pertencentes ao gênero dramático.
·         Elegia: é um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto. Um bom exemplo é a peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare.
·         Epitalâmia: é um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas Noites Nupciais.
·         Sátira: é um texto de caráter ridicularizador, podendo ser também uma crítica indireta a algum fato ou a alguém. Uma piada é um bom exemplo de sátira.
·         Farsa: é um texto onde os personagens principais podem ser duas ou mais pessoas diferentes e não serem reconhecidos pelos feitos dessa pessoa.
·         Tragédia: representa um fato trágico e tende a provocar compaixão e terror.
·         Poesia de cordel: texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diversos da sociedade e da realidade vivida por aquele povo.

Escolas literarias

Trovadorismo
A religião desenvolvia-se em mosteiros, e que foram verdadeiros centros de cultura artística. Tudo o que se produzia na Idade Média estava relacionado aos textos sagrados e ao cristianismo. A Igreja era o centro do poder naquela época. A mulher era um símbolo idealizado e distante. Amor cortês, convencionalismo amoroso. Ambientação aristocrática das cortes. Forte influência provincial. Amor impossível e platônico devido a posição social da mulher ser melhor que a do trovador apaixonado, vassalagem amorosa.

 

Cantiga de amor

O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível. Mas nunca consegue conquistá-la, porque tem medo e também porque ela rejeita sua canção.
Neste tipo de cantiga, originária de Provença, no sul de França, o eu-lírico é masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e "presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem nas trovas).
Essa relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é mais sofisticada.
São tipos de Cantiga de Amor:
·         Cantiga de Meestria: é o tipo mais difícil de cantiga de amor. Não apresenta refrão, nem estribilho, nem repetições.
·         Cantiga de Tense ou Tensão: diálogo entre cavaleiros em tom de desafio. Gira em torno da mesma mulher.
·         Cantiga de Pastorela: trata do amor entre pastores (plebeus) ou por uma pastora (plebéia).
·         Cantiga de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos.

 

 

Cantiga de amigo

Eu lírico feminino. Presença de paralelismos. Predomínio da musicalidade, por esse motivo apresenta refrão. Assunto Principal: o lamento da moça cujo amado partiu. Amor natural e espontâneo. Ambientação popular rural ou urbana. Influência da tradição oral ibérica. Amor possível. Deus é o elemento mais importante do poema. Pouca subjetividade. É mais popular.

 

Cantiga de escárnio

Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é predominantemente verbal, dependente, portanto, do emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz.

 


Cantiga de maldizer

Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não pode ser revelada.



Humanismo
A escola literária chamada Humanismo surgiu já no final da Idade Média. Ainda podemos ressaltar as prosas doutrinárias, dirigidas à nobreza. Já as poesias, que eram cultivadas por fidalgos, utilizavam o verso de sete sílabas e o de cinco sílabas. Podemos destacar João Ruiz de Castelo Branco como importante autor de poesias palacianas.
Renascimento (ou Renascença) é um termo usado para indicar o período da história do mundo ocidental aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII com significativa variação nas datas conforme a região enfocada e o autor consultado, quando diversas transformações em uma multiplicidade de áreas da vida humana assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.
Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antigüidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari já no século XVI, mas a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt A cultura do Renascimento na Itália (1867), onde ele definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem".
Apesar do grande prestígio que o Renascimento ainda guarda entre os críticos e o público, historiadores modernos têm começado a questionar se os tão divulgados avanços merecem ser tomados desta forma.
O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da Itália e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e, menos intensamente, em Portugal e Espanha, e em suas colônias americanas.


Classicismo
 Em Arte, o Classicismo refere-se, geralmente à valorização da Antiguidade Clássica como padrão por excelência do sentido estético, que os classicistas pretendem imitar. A arte classicista procura a pureza formal, o equilíbrio, o rigor - ou, segundo a nomenclatura proposta por Friedrich Nietsche: pretende ser mais apolínea que dionisíaca.
Alguns historiadores de arte, entre eles Giulio Carlo Argan, alegam que na História da arte concorrem duas grandes forças, constantes e antagônicas: uma delas é o espírito clássico, a outra, o romântico.
As duas grandes manifestações classicistas da Idade Moderna européia são o Renascimento e o Neoclassicismo.
Serve também o termo clássico para designar uma obra ou um autor depositários dos elementos fundadores de determinada corrente artística.
Características do Classicismo
·         Universalismo
·         Racionalismo
·         Antropocentrismo
·         Paganismo
·         Neoplatonismo
·         Referência à cultura grega

Apuro formal:
·         Soneto (2 Quartetos 2 Tercetos)
·         Versos Com Até 10 Sílabas Poéticas (Estilo doce novo & Medida nova)
·         Rimas Bem Trabalhadas


Quinhentismo
 O Quinhentismo tem esse nome por se passar em 1500 e se resume a todos os acontecimentos históricos vividos no descobrimento do Brasil e a religião que a Igreja queria passar para os índios em forma de sermões. Inclusive, o que marca o Quinhentismo é a carta que Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei de Portugal relatando tudo que se passava no Brasil e suas riquezas. É por isso que o Quinhentismo também é chamado de Literatura Informativa. Porém o Quinhentismo se destaca na Literatura Jesuíta através dos sermões com intenção de catequizar os habitantes brasileiros da época (Índios).

Principais autores
·         Frei Vicente de Salvador
·         Jean de Lery
·         Padre José de Anchieta
·         Pero Vaz de Caminha


Barroco
Movimento que tem início na Europa nos séculos XVII e XVIII (primeira metade) e no Brasil tem o seu início em 1601 com a publicação deProsopopéia, de Bento Teixeira até 1768. E é apoiado pela igreja católica contra o renascimento e a reforma protestante. Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contra-Reforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferentemente, o que teria resultado em diferenças na expressão artística de cada período. Enquanto no Renascimento as qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia eram as mais buscadas, o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. Mas nem sempre essas características são bem evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo. Houve uma grande variedade de abordagens estilísticas, que foram englobadas sob a denominação genérica de "arte barroca", com certas escolas mais próximas do classicismo renascentista e outras mais afastadas dele, o que tem gerado muita polêmica e pouco consenso na conceituação e caracterização do estilo.

Principais autores
·         Bento Teixeira
·         Padre Antônio Vieira
·         Gregório de Matos
·         Badu Oliveira Cardoso
·         poesia lírica amorosa
·         poesia sacra relígiosa
·         poesia filosófica
·         poesia satírica


Arcadismo
 No Arcadismo alguns autores se revoltam com a política, e a sátira passa a ser uma das principais características. No Arcadismo ocorre também o amor platônico, como no caso de Claudio Manoel da Costa que em suas poesias falava de uma musa chamada Nise que na verdade não existia. Já no caso de Tomás Antonio Gonzaga, já com 40 anos, dedica suas poesias a Maria Dorotéia Joaquina de Seixas (com apenas 17 anos), a quem chamava de Marília em seus poemas. A família era contrária, mas, aos poucos, a resistência passou a ser menor. Todavia, por ter participado da Inconfidência Mineira, foi preso e mandado para a África, casando-se, então, com Juliana de Sousa Mascarenhas, filha de um rico comerciante de escravos.

Principais autores
·         Alvarenga Peixoto
·         Frei Santa Rita Durão
·         Cláudio Manoel da Costa
·         Tomás Antônio Gonzaga
·         Silva Alvarenga
·         Rafaela Borba Silva
·         Basílio da Gama


Romantismo(poesia)
 O Romantismo no Brasil teve como marco fundador a publicação do livro "Suspiros poéticos e saudades", de Gonçalves de Magalhães, em 1836, e durou 45 anos terminando em 1881. O Romantismo foi sucedido pelo Realismo.

Primeira geração (indianista)

·         Nacionalismo
·         Patriotismo
·         Índio como herói
·         Antiestrangeirismo
·         Sentimentalismo

Autores
·         Gonçalves de Magalhães
·         Gonçalves Dias
·         Araújo Porto Alegre

Segunda geração (ultrarromântica, mal do século e byronista)

·         Atração pela morte (mal-do-século)
·         Individualismo
·         Pessimismo
·         Escapismo

Autores
·         Casimiro de Abreu
·         Álvares de Azevedo
·         Fagundes Varela
·         Junqueira Freire

Terceira geração (condoreira)

por causa do pássaro condor que tem visão ampla sobre todas as coisas
·         Todas as questões sociais
·         Erotismo
·         Abolicionismo
·         Mulher vista com defeitos e qualidades
·         Política

Autores
·         Castro Alves
·         Sousândrade
·         Tobias Barreto

Romantismo (prosa)
O Romantismo na prosa ou também conhecido como romance romântico tem básicamente as mesmas características que o romantismo na poesia, porém em vez de poesias são feitos livros onde existem alguns segmentos. Como a prosa social-urbana, indianista, regionalista e histórica. Com caráter burguês, epidermico, pouco intelectual e de personagens lineares, saiam nos jornais em fasciculos para agradar à mulher e o estudante burguês( classe dominante na época).

Principais autores
·         Bernardo Guimarães
·         Franklin Távora
·         Joaquim Manoel de Macedo (Macedinho)
·         José de Alencar
·         Manoel Antonio de Almeida
·         Visconde de Taunay


Realismo
 Correspondeu ao momento de consolidação do poder político da burguesia, na segunda metade do século XIX.
Augusto Comte, Karl Marx e Charles Darwin são os iniciadores europeus com suas correntes: o Positivismo, Socialismo e Darwinismo. O realismo evidencia fatos e acredita no real sem sentimentos lúdicos e melosos dos românticos e acredita que o homem é psicologicamente formado sem nenhuma interferência natural ou humana
Brasil: Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis (1881)

Principais autores
·         Machado de Assis
·         Raul Pompéia
·         Artur Azevedo


Naturalismo
 O naturalismo ocorre basicamente na mesma época do realismo; alguns dizem que o naturalismo é apenas uma manifestação do realismo mas as diferenças são bem visíveis.
O naturalismo tenta explicar que o homem é modificado pelo ambiente em que vive e que a natureza influi na razão. Diferente do romance realista que presa a classe social dominante, o romance naturalista presa a comunidade mais pobre. Podemos ver isso claramente ao ler a obra o cortiço de Aluísio de Azevedo
Brasil: O Mulato de Aluísio de Azevedo (1881)

Principais autores
·         Aluísio de Azevedo
·         Domingos Olímpio
·         Inglês de Sousa
·         Júlio Ribeiro
·         Manuel de Oliveira Paiva


Parnasianismo
 O Parnasianismo é a forma poética do Realismo.
·        Preciosismo: focaliza-se o detalhe; cada objeto deve singularizar-se, dai as palavras raras e rimas ricas.
·        Objetividade e impessoalidade: O poeta apresenta o fato, a personagem, as coisas como são e acontecem na realidade, sem deformá-los pela sua maneira pessoal de ver, sentir e pensar. Esta posição combate o exagerado subjetivismo romântico.
·        Arte Pela Arte: A poesia vale por si mesma, não tem nenhum tipo de compromisso, e justifica por sua beleza. Faz referências ao prosáico, e o texto mostra interesse a coisas pertinentes a todos.
·        Estética/Culto à forma: Como os poemas não assumem nenhum tipo de compromisso, a estética é muito valorizada. O poeta parnasiano busca a perfeição formal a todo custo, e por vezes, se mostra incapaz para tal. Aspectos importantes para essa estética perfeita são:
·        Rimas Ricas: São evitadas palavras da mesma classe gramatical. Há uma ênfase das rimas do tipo ABAB para estrofes de quatro versos, porém também muito usada as rimas ABBA.
·        Valorização dos Sonetos: É dada preferência para os sonetos, composição dividida em duas estrofes de quatro versos, e duas estrofes de três versos. Revelando, no entanto, a "chave" do texto no último verso.
·        Metrificação Rigorosa: O número de sílabas poéticas deve ser o mesmo em cada verso, preferencialmente com dez (decassílabos) ou doze sílabas(versos alexandrinos), os mais utilizados no período. Ou apresentar uma simetria constante, exemplo: primeiro verso de dez sílabas, segundo de seis sílabas, terceiro de dez sílabas, quarto com seis sílabas, etc.
·        Descritivismo: Grande parte da poesia parnasiana é baseada em objetos inertes, sempre optando pelos que exigem uma descrição bem detalhada como "A Estátua", "Vaso Chinês" e "Vaso Grego" de Alberto de Oliveira.
·        Temática Greco-Romana: A estética é muito valorizada no Parnasianismo, mas mesmo assim, o texto precisa de um conteúdo. A temática abordada pelos parnasianos recupera temas da Antiguidade Clássica, características de sua história e sua mitologia. É bem comum os textos descreverem deuses, heróis, fatos lendários, personagens marcados na história e até mesmo objetos.

Principais autores
·        Alberto de Oliveira
·        Francisca Júlia
·        Olavo Bilac
·        Raimundo Correia
·        Vicente de Carvalho


Simbolismo
 Na Europa, o simbolismo inicia-se na última década do século XIX e avança pelo início do século XX, paralelamente as tendências do pré modernismo. O misticismo, o sonho, a fé e a religião passam a ser valores em busca de novos caminhos
O Simbolismo no Brasil começa com as obras Missal e Broquéis ambos escritas por Cruz e Sousa
Características gerais:
·        Uso de figuras de linguagem (sinestesia e aliteração)
·        Musicalidade (A música acima de tudo)
·        Valorização das manifestações espirituais e metafísicas
·        Rebusca valores românticos
·        Aversão ao que é real
·        Amor ao lúdico e sublime
·        Tenta buscar a essência do ser humano
·        Oposição entre matéria e espírito

Principais autores
·        Alphonsus de Guimaraens
·        Cruz e Sousa


Pré-Modernismo
 O pré-modernismo foi um período literário brasileiro, que marca a transição entre o simbolismo e o movimento modernista seguinte. Em Portugal, o pré-modernismo configura o movimento denominado saudosismo.
O termo pré-modernismo parece haver sido criado por Tristão de Athayde, para designar os "escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920". Representa, assim, um período eclético (que possui várias correntes de idéias, sem se fixar a nenhuma delas).
Embora vários autores sejam classificados como pré-modernistas, este não se constituiu num estilo ou escola literária, dado a forte individualidade de suas obras, mas essencialmente eram marcados por duas características comuns:
Conservadorismo - traziam na sua estética os valores parnasianos e naturalistas;
Renovação - demonstravam íntima relação com a realidade brasileira e as tensões vividas pela sociedade do período.
Embora tenham rompido com a temática dos períodos anteriores, esse autores não avançaram o bastante para serem considerados modernos. Notando-se, até, em alguns casos, resistência às novas estéticas.

Principais autores

·         Augusto dos Anjos
·         Coelho Neto
·         Euclides da Cunhas
·         Graça Aranha
·         Lima Barreto
·         Monteiro Lobado
·         Raul de Leo


             
Modernismo
No Brasil o Modernismo tem data de nascimento: 11 de fevereiro de 1922, com a Semana de arte moderna de 1922. Representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos. A nova poesia através da declamação. A nova música por meio de concertos. A nova arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura. O adjetivo "novo", marcando todas estas manifestações, propunha algo a ser recebido com curiosidade ou interesse. Para os modernistas, simbolizados em Mário de Andrade, a prática da poesia tem que ser (ou tem que ter) uma reflexão consciente dos problemas da linguagem, das suas limitações e possibilidades. Além disso vêem no poeta um sujeito criador consciente do texto literário.
O Modernismo deixou marcas nas gerações seguintes, como se observa, em geral, uma maior liberdade lingüística, a desconstrução literária e o introspectivismo. Estes novos elementos foram muito bem explorados por Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto (um mais lírico, outro mais objetivo, concreto), pelos romancistas de 30, na prosa intimista de Clarice Lispector, pelos tropicalistas que são motivo de inspiração até hoje na produção contemporânea.

Principais autores

·         Carlos Drummond de Andrade
·         Clarice Lispector
·         João Cabral de Melo Neto
·         Manuel Bandeira
·         Mário de Andrade
·         Fernando Pessoa
·         Graciliano Ramos


Fase Contemporânea
É sempre muito difícil se analisar um cenário teórico fazendo parte dele, sem um distanciamento mínimo de tempo e espaço. Mas podemos apontar algumas tendências contemporâneas da literatura brasileira e consideramos o que se tem produzido nos últimos vinte ou trinta anos, pós-ditadura.

Poesia

Na poesia, os nomes hoje já consagrados são aqueles que, de algum modo, dialogam com essas linhas de força da Semana de 22, um diálogo com a função paradoxal de unificar a variedade da produção contemporânea. O impacto do modernismo de 22, porém, foi tamanho que conseguiu produzir também uma diversidade interna, bifurcando a linhagem modernista em:
1.    Uma vertente mais lírica, subjetiva, à Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Drummond;
2.    Outra mais experimental, formalista, à Oswald de Andrade, João Cabral, poesia concreta.
A poesia torna-se, ainda, por um lado mais cotidiana quanto à temática (Adélia Prado, Mário Quintana), e por outro instrumento de pressão contra as ditaduras (Glauco Mattoso, tropicalistas).

Prosa

Contemporaneamente o que vemos no romance brasileiro e, de certa forma, também no luso, que volta a dialogar com o Brasil, é o surgimento do que chama-se Geração 90. No Brasil, o grande marco é o romance Subúrbio, de Fernando Bonassi, que deflagraria em 1994 um processo de renovação da prosa urbana (ou, no caso, suburbana), com seu realismo brutal, que trouxe novamente para o centro da cena literária os personagens dos arrabaldes das cidades brasileiras. Cidade de Deus, de Paulo Lins, ficaria célebre pela sua realização cinematográfica.
Outra corrente contemporânea é uma espécie de tópica da condição pós-moderna: a identidade em crise, um extremo do intimismo, que se projeta sobre a estrutura narrativa, cancelando os limites entre o real e o fantasmático, entre o mundo descrito e as distorções interiores de quem o descreve. É o caso de Cristóvão Tezza, João Gilberto Noll, Bernardo Carvalho e Chico Buarque.
Acrescentaria a tais correntes uma espécie de revisão histórica a partir da ficção. Tanto no Brasil (Luiz Antonio de Assis Brasil, Miguel Sanches Neto) quanto em Portugal (Miguel Sousa Tavares) e nos países africanos de língua portuguesa (José Eduardo Agualusa, Mia Couto) aparecem narrativas de formato convencional e que se passam inteiramente no passado, mas não resgatando o passado como forma de contemplação. Atualmente vivemos um momentos barroco, de confusão e crise existencial, um tipo de literatura que está em alta.
Principais autores

·         Cristóvão Tezza
·         Chico Buarque
·         João Gilberto Noll
·         Bernardo Carvalho
·         Dias Gomas
·         Gianfrancesco Guarnieri
·         Caio Fernando Abreu


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